O aumento de 0,4% no número de trabalhadores ocupados na indústria em outubro, em relação a setembro, foi impulsionado pelo quadro de recuperação visto na produção do setor nos últimos cinco meses, avaliou o gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo.
“A produção, que vem desde junho com resultados predominantemente positivos, acumula nesses cinco meses um crescimento de 2,3%. Então, há algum tipo de relação importante entre esse movimento de melhora que o emprego e o número de horas pagas mostram com essa trajetória ascendente da produção”, disse Macedo.
Em outubro, o número de horas pagas teve expansão de 1,1%, o que pode indicar novas contratações de trabalhadores na indústria nos próximos meses. “Na medida em que (o número de horas pagas) funciona como um termômetro de um maior incremento na atividade industrial, isso pode sinalizar algum tipo de melhora nas contratações”, confirmou o gerente do IBGE.
No entanto, o emprego na indústria ainda opera em patamar inferior ao do ano passado. Em outubro, houve queda de 1,2% no número de ocupados no setor e recuo de 1,1% no número de horas pagas sobre outubro de 2011. “Esse crescimento (no emprego industrial), embora tenha magnitude importante e tenha suplantado a queda nos dois meses anteriores, não reverte uma sequência de resultados negativos. Isso pode ser visto quando comparo o ano de 2012 com 2011, onde se tem uma permanência de taxas em queda, seja entre locais seja entre setores tanto no pessoal ocupado quanto no número de horas pagas”, lembrou Macedo.
Na comparação com outubro do ano passado, o emprego industrial teve redução em dez dos 14 locais pesquisados, assim como o número de horas pagas. Em relação aos setores investigados, houve queda no número de trabalhadores em 12 dos 18 ramos, e diminuição nas horas pagas em dez setores.