O governo está em uma “cruzada” para reduzir os custos no Brasil, afirmou nesta terça-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e irá continuar em sua agenda de desonerações este ano, ampliando a desoneração da folha de pagamentos para outros setores e também reduzindo outros tributos que não especificou.
Em sua palestra, o ministro afirmou que só o corte de 18% da tarifa de energia residencial irá gerar uma economia de R$ 9 bilhões às famílias brasileiras, que podem ser poupados ou usados para consumo.
“Estamos reduzindo os custos financeiros, de energia e tributários e continuaremos perseguindo a redução dos custos tributários”, disse.
Mantega participa nesta manhã do fórum “Infraestrutura e Energia no Brasil: Projetos, Financiamentos e Oportunidades”, organizado pelo Valor e com apoio do BTG Pactual, para atrair investidores a projetos federais.
Segundo o Ministério da Fazenda, também ocorrerão rodadas em Nova York, em 26 de fevereiro, e em Londres, em 1º de março. Mantega também deve participar da abertura das apresentações nas duas cidades.
Durante o mesmo evento, Mantega também disse que uma taxa de investimento ideal para que a economia tenha dinamismo é algo entre “24%, 25% e 26%”.
Gastos sob controle
O ministro reiterou ainda que o Brasil reúne as condições para manter trajetória de crescimento sustentável nos próximos anos e voltou a ressaltar a solidez fiscal do Estado brasileiro. “As três maiores despesas do Estado brasileiro estão sob controle”, afirmou Mantega.
Segundo o ministro, a maioria dos países hoje enfrenta um dilema criado após a crise, que é a capacidade de crescimento nos próximos anos. “A pergunta que se coloca é se o Brasil reúne condições para dar continuidade à trajetória de crescimento”, disse o ministro, que disse acreditar que o país tem as condições necessárias para seguir nesse caminho, por causa dos fundamentos sólidos.
Mantega afirmou que o governo continua buscando superávits primários “elevados, fortes”. Em momentos de crise, no entanto, a política fiscal perseguida é anticíclica, com redução do superávit primário para elevar investimentos. “O resultado continua a ser excelente, com redução da dívida pública. O Brasil é um dos países com menor dívida líquida do mundo, de 35% do PIB”, disse.
O ministro declarou que o governo seguirá buscando superávits primários “fortes” e afirmou que as três principais despesas do governo – com folha de pagamentos, previdência e serviço da dívida – estão controladas. Para Mantega, os gastos com benefícios previdenciários estão equilibrados, ou estacionados, já que o déficit da Previdência foi reduzido pela metade, para 0,9% do PIB, e a criação do Funpresp contribuirá para reduzir ainda mais esses gastos.
Mantega ainda destacou que o governo persegue política de controle da inflação e é rigoroso com o cumprimento das metas, já que a inflação tem ficado dentro da banda estabelecida pelo CMN. “A inflação em 2012 foi menor que em 2011. Em 2013, será menor do que 2012”, afirmou o ministro.