Após manhã de paralisações, portuários encerram protestos

Os trabalhadores portuários, que fizeram paralisação em vários portos nesta manhã de sexta-feira, retomaram as atividades normais, conforme o previsto, às 13h, segundo representantes de sindicatos.

Os trabalhadores portuários também cancelaram a paralisação prevista para a terça-feira (26), disse o ministro-chefe da Secretaria dos Portos, José Leônidas Cristino, após se reunir com sindicalistas em Brasília.

Cerca de 30 mil trabalhadores participaram das manifestações que atingiram 30 portos em 12 Estados, segundo sindicatos. Os principais portos do país foram afetados, como Santos e Paranaguá (os dois principais para embarques de commodities agrícolas), sentiram os efeitos da greve, além de outros portos menores pelo país.

Movimento nacional contra MP 595

O movimento nacional é um protesto contra Medida Provisória 595, que muda regulamentações e incentiva investimentos privados no setor, disseram representantes de sindicatos. No início da semana, portuários invadiram um navio chinês em Santos (a 72 km de São Paulo).

De um lado, os sindicatos afirmam que as mudanças irão fragilizar as relações trabalhistas; do outro, as empresas afirmam que o sistema de contratação atual é um dos motivos para os altos custos dos serviços portuários brasileiros.

O governo, por sua vez, afirma que o impacto das mudanças para a categoria será mínimo.

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Liminar tentou impedir paralisação

Uma liminar foi expedida pela ministra Maria Cristina Peduzzi, do Tribunal Superior de Justiça, na noite de ontem. A ação foi impetrada pela Advogacia Geral da União, que alegou que a greve acarretaria prejuízos de aproximadamente R$ 66,7 milhões. De acordo com a decisão, quem aderisse ao movimento seria multado em R$ 200 mil por dia.

O sindicato da categoria, em Santos, alegou que não foi notificado a respeito da decisão judicial emitida na noite desta quinta-feira (21). “Desconhecemos a liminar, então para nós ela não tem caráter oficial”, declarou Marcello Vaz dos Santos, advogado do Sindicato dos estivadores da Baixada Santista.

Os protestos ocorrem em um momento em que o Brasil começa a escoar uma safra recorde de soja, estimada para superar 80 milhões de toneladas, além das safras de açúcar e milho.