“Os portuários são hoje exemplos de categoria essencialmente preocupada com os seus direitos e com a soberania nacional. Muito antes de lançar mão da greve, que dias atrás parou as atividades em 36 portos de 12 Estados, os sindicatos e federações do setor tentaram negociar alguns pontos da MP 595, cujo texto propõe mudanças no setor portuário, com o governo federal.
Em todos os encontros, os portuários não receberam nenhuma garantia de que seus direitos seriam preservados, no caso de o Congresso Nacional aprovar a MP.
Os representantes do governo também não quiserem discutir os termos da Convenção 137 da OIT, da qual o Brasil é signatário. O texto diz que os trabalhadores precisam ser ouvidos nas mudanças que mudam as normas de trabalho na atividade portuária.
Na essência, o documento abre caminho para a privatização total dos portos brasileiros e autoriza os terminais privados a contratarem seus empregados, sem precisar recorrer ao Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO).
Neste caso fica claro que o objetivo é reduzir os salários e atacar os direitos dos trabalhadores. E isto não vamos admitir. A greve foi deflagrada e imediatamente o governo chamou os sindicatos, federações, a Força Sindical e as demais centrais para conversar.
Garantiu suspender os processos de licitação de novos terminais, não vai acelerar a tramitação da MP no Congresso e prometeu, ainda, que os sindicatos não serão multados. Em troca, os portuários garantiram não fazer greve até 15 de março. Vamos aguardar, mantendo a unidade, a organização e a vontade de lutar”.
Por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho
presidente da Força Sindical