Rendimento médio na capital paulista apura queda em janeiro

A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Seade e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada ontem, mostra que a queda no rendimento médio dos ocupados na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), iniciada em outubro do ano passado, permaneceu em janeiro deste ano, último mês considerado no levantamento. A baixa no primeiro mês de 2013 foi de 4,5%, ante igual período de 2012 e atingiu 12,2%, sobre a base de janeiro de 2000.

“Isso preocupa, porque o aumento no rendimento é a galinha dos ovos de ouro da [presidente] Dilma [Rousseff]”, resumiu o coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Seade, Alexandre Loloian. Desde outubro, houve ainda uma queda de 4,9% no volume da massa de rendimentos dos ocupados na RMSP. Já nas sete regiões avaliadas pelo Seade/Dieese o rendimento médio em janeiro ficou 2,6% acima de janeiro de 2012 e a massa dos rendimentos era 6,2% superior na mesma base de comparação.

Na soma dessas regiões, a preocupação é outra: a desaceleração mensal no ritmo de crescimento do nível de ocupação. Em novembro, o nível de ocupação teve alta de 2% ante outubro, mas o crescimento recuou para 1,6% em dezembro, para 1,2% em janeiro e até 0,9% em fevereiro.

Segundo o Seade/Dieese, a alta no nível de ocupação em fevereiro é a menor para o mês desde 2009, quando houve um recuo por conta dos impactos da crise econômica mundial. “Podemos pensar que o nível de ocupação cresça menos no próximo mês”, avaliou a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Ana Maria Belavenuto.

Ainda segundo a pesquisa, mesmo com o crescimento de 10% para 10,3% entre janeiro e fevereiro, a taxa de desemprego na região é a menor para o mês dos últimos 23 anos. A menor taxa é a de 8,1%, de fevereiro de 1990. No ano passado, a taxa ficou em 10,4%. O destaque na RMSP em fevereiro foi o desemprego no ABC, de 9,5%, o menor desde que o indicador foi incluído na PED, em 1998.

Segundo Loloian, o crescimento na taxa de desemprego em fevereiro é natural. “Normalmente, não se contrata no início do ano, ao contrário, demite-se gente”, explicou. Na avaliação dele, o setor de serviços, após os ajustes iniciados em novembro, pode voltar a crescer.

A indústria de transformação segue como a vilã na criação de empregos em termos anualizados, com uma redução de 72 mil postos, ou queda de 4,1% ante fevereiro de 2012. Foi o único setor com desempenho negativo. “Dos 67 mil postos fechados na indústria entre janeiro e fevereiro, 40 mil foram de postos na indústria metalomecânica, queda de 6% no subsetor”, ressaltou o coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego da Fundação Seade.