Empreiteira pede intermediação da Justiça em negociação com operários de Jirau

DE SÃO PAULO

A Camargo Corrêa pediu à Justiça do Trabalho a intermediação sobre o dissídio coletivo relativo aos empregados de Jirau. Desde ontem, 18 mil trabalhadores da usina hidrelétrica em construção no rio Madeira, em Rondônia, estão em greve.A empreiteira informou que negociações foram iniciadas três meses antes da data base da categoria para renovação do acordo coletivo, marcada para maio. “Apesar destes esforços, a proposta levada à assembleia (ontem) foi recusada e as atividades paralisadas em razão de uma greve por tempo indeterminado”, informou a empresa.

Segundo a Camargo Corrêa, responsável pelas obras de Jirau e contratação direta de 11 mil funcionários, “o clima no canteiro de obras da usina é de normalidade e as atividades essenciais estão mantidas”.

Também entraram em greve ontem 13 mil trabalhadores da usina hidrelétrica de Santo Antônio, que está sendo construída na mesma região. No total, junto com Jirau, aproximadamente 31 mil empregados que atuam nas obras das hidrelétricas participam da greve.

Os trabalhadores cobram reajuste salarial. Por meio de nota, a construtora disse que “reafirma sua confiança em entendimentos que permitam a retomada mais breve possível dos trabalhos no canteiro de obras”.

O Consórcio Construtor Santo Antônio (CCSA) informou que “foi surpreendido com a paralisação das obras” decidida na plenária organizada no canteiro de obras pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero).

Segundo o consórcio, as negociações foram iniciadas “com bastante antecedência” –60 dias antes do vencimento da data-base. “O CCSA confia na continuidade dos entendimentos para a retomada imediata das obras.”