FONTE: PlayPress
Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí aponta que unidade instalada no estado (RS) produz cerca de 50% dos veículos da empresa no Brasil, mas os trabalhadores ganham piso salarial 70% menor que os metalúrgicos paulistas
O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Arakém, participou das assembleias realizadas na semana passada na porta da GM, em Gravataí, e disse que os trabalhadores estão revoltados. Segundo ele, a montadora tentou driblar os sindicalistas desviando os ônibus que transportam os trabalhadores para os portões secundários, mas a estratégia não deu certo. “O pessoal desceu dos ônibus e sentou no chão”, disse.
Em 2012, o Complexo Automotivo da General Motors, em Gravataí, atingiu a produção de 208 mil automóveis. Em 2013, a expectativa será elevada para 338 mil unidades fabricadas, de acordo com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí. O Onix, novo modelo produzido na unidade situada na Região Metropolitana de Porto Alegre, é o responsável pela ampliação destes índices. No entanto, ao contrário do ritmo de trabalho imposto ao chão de fábrica, os salários e benefícios dos trabalhadores não aumentaram.
“É extremamente injusto. O custo de produção é o mesmo em qualquer região do país. A vantagem deles está em exigir altos índices de rendimento, pagando menos aos trabalhadores daqui do que em qualquer outra planta da GM no Brasil. Se o slogan da empresa é “Gaúcho, Conte Comigo”, só contaremos com eles quando os metalúrgicos receberem um salário justo e decente”, alerta o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Edson Dorneles.
PISOS – A fábrica instalada no Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 50% da produção total de veículos da General Motors no Brasil. Mesmo assim, os trabalhadores gaúchos possuem o piso salarial 70% menor que os atuantes em São José dos Campos e São Caetano do Sul, em São Paulo.
Exigindo isonomia no tratamento entre as unidades, o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí luta pelo aumento do piso atual de R$ 1.022,00 para R$ 1.712,00 e espera que a empresa conceda um reajuste salarial de 12%. A redução da jornada de trabalho de 44h para 40 horas semanais é outra reivindicação dos trabalhadores, que buscam garantir as mesmas práticas realizadas pelas plantas paulistas.
Os trabalhadores estão em estado de greve. Caso a montadora não apresente uma proposta adequada às exigências apresentadas em nova reunião que acontecerá nesta terça-feira (23/04), os metalúrgicos da unidade gaúcha da GM prometem parar por tempo indeterminado.