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É com pesar que o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região comunica o falecimento de José Ibrahin, que foi presidente do Sindicato, em 1968.
Ibrahin, então com 20 anos, estava à frente desta entidade e foi uma das lideranças organizadoras da Greve da Cobrasma (também conhecida como Greve de 1968), que entrou para a história como a primeira afronta dos trabalhadores à ditadura militar.
Com a intervenção da ditadura militar sobre o Sindicato, foi deposto da presidência da entidade. “Se não houvesse Osasco de 1968, não haveria o ABC de 78. Sinalizamos um caminho que o movimento sindical tinha que brigar pela resistência contra a ditadura, pela democracia. Esse foi o grande legado. Tanto é que durante todo o período da resistência a grande referência era a greve de Osasco e acho que hoje, para muita gente dentro do movimento sindical, a greve de Osasco é o grande marco”, afirmou Ibrahin em entrevista ao Visão Trabalhista, jornal do Sindicato, em 2008, nas comemorações de 40 anos da greve.
Foi demitido da Cobrasma. Passou a militar pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Foi preso em 1969 e encaminhado ao Dops (Departamento de Ordem Política e Social), depois, para o presídio Tiradentes. Foi um dos 15 presos políticos trocados pelo embaixador norte- americano seqüestrado Charles Burke Elbrick.
Ibranhin foi o líder político e social inato, de militância constante, tendo contribuído com a fundação do PT, organização do PDT, Força Sindical, recentemente, trabalhava na UGT e, inquestionavelmente, com a democracia e o desenvolvimento de nosso país. Por isso, nos deixa muitas saudades.