
As Centrais Sindicais brasileiras manifestam profunda preocupação com a escalada militar dos Estados Unidos contra a Venezuela. Trata-se de uma série de manobras que ameaçam não apenas o país vizinho, mas também a soberania nacional, a paz e a estabilidade da América Latina.
Sob o falso pretexto de combate ao narcotráfico, o governo de Donald Trump conduz ações militares provocativas e ostensivas, em flagrante violação ao direito internacional. Entre essas ações estão:
- o envio de aviões B-52 — bombardeiros estratégicos de longo alcance e alta capacidade de destruição — para sobrevoar o território venezuelano;
- o posicionamento de oito navios de guerra na costa do país;
- a explosão de embarcações civis; e
- a autorização pública para que a CIA realize operações encobertas em solo latino-americano.
São medidas que reproduzem práticas usadas pelos EUA na promoção de golpes militares durante a Guerra Fria, quando o imperialismo norte-americano intervinha direta ou indiretamente para subjugar governos soberanos.
Como naquela época, o país busca recolonizar o que chama de “hemisfério ocidental”, reafirmando seu desejo de controle sobre a América Latina, considerada — de forma arrogante e inaceitável — sua “zona de influência”.
De maneira hipócrita, o governo Trump fala em “defesa da democracia”, mas por trás desse discurso está a tentativa de restaurar o poder das elites venezuelanas ligadas a Washington — grupos que historicamente empobreceram o povo e tentam reverter os avanços sociais conquistados em mais de duas décadas de Revolução Bolivariana.
No plano geopolítico, a contradição é ainda mais evidente: longe de promover a democracia, o cerco militar à Venezuela representa uma ameaça intervencionista de consequências imprevisíveis, que pode arrastar toda a região a um novo ciclo de guerras e instabilidade.
Diante desse cenário, torna-se urgente a mobilização e a articulação das forças populares e dos governos da região — em especial o governo brasileiro — para conter essa perigosa escalada imperialista.
É hora de erguer a voz em defesa da soberania, do diálogo e da autodeterminação dos povos. É hora de unir forças para dizer: não à guerra, não à intervenção, sim à paz e à integração latino-americana.
São Paulo, 16 de outubro de 2025
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Sérgio Nobre, presidente da CUT
Ricardo Patah, presidente da UGT
Adilson Araújo, presidente da CTB
Antonio Neto, presidente da CSB
Nilza Pereira de Almeida, secretária-geral da Intersindical