Analista do Diap aponta desafios para 2010

Iugo Koyama

Palestra de Marcos Verlaine, do DIAP, na sede do nosso Sindicato

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes realizou um debate com o jornalista Marcos Verlaine, analista político e assessor parlamentar do Diap, sobre as atuais e mais representativas bandeiras de luta do movimento sindical brasileiro e a importância de apresentarmos uma agenda propositiva para todos os presidenciáveis nas eleições 2010.

O debate foi realizado nesta segunda-feira, 12 de abril, no Palácio do Trabalhador, e contou com as presenças de Miguel Torres, presidente do Sindicato, do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, da diretora de finanças Elza Pereira, do secretário-geral Arakém e dos demais diretores e assessores do Sindicato.

Além da redução da jornada de trabalho, principal bandeira do movimento sindical neste momento, outras proposições foram consideradas imprescindíveis por Marcos Verlaine para a continuidade dos avanços sindicais, trabalhistas e sociais no País. Tudo depende, segundo Verlaine, “da pressão exercida pelas entidades sindicais no Congresso Nacional”.

O analista destaca como correta e justa a luta pelo Fim do Fator Previdenciário, que muitos prejuízos trazem aos trabalhadores na hora da aposentadoria. “Porém, como não há ambiente neste momento para acabar definitivamente com o fator, o ideal seria aprovar a proposta alternativa de flexibilização do fator”, opina Verlaine.

O analista do Diap lembra que, mesmo pequena, a atual bancada sindical foi capaz de reagir às investidas do neoliberalismo no Congresso Nacional, como a aprovação da Emenda 3, vetada pelo presidente da República, de lutar pelo aumento real do salário mínimo, pelo arquivamento do projeto de flexibilização da CLT, na defesa de aumentos reais do salário mínimo e dos aposentados, na atualização da tabela do imposto de renda, no apoio ao reajuste dos servidores e na legalização das centrais sindicais, entre outras ações.

Para Marcos, porém, é preciso ampliar a bancada sindical. “Os trabalhadores precisam eleger mais parlamentares – deputados federais e estaduais e senadores – comprometidos com a classe trabalhadora e com experiência sindical, tanto para dar sustentação a um governo democrático e popular quanto para enfrentar um cenário político mais conservador”.

Ele destacou outros desafios para o movimento sindical: lutar pela punição ao trabalho escravo, garantir sustentação financeira às entidades sindicais, incorporar mais mulheres e jovens nas lutas e entidades sindicais, promover a formação de dirigentes sindicais e ter uma participação mais ativa na política, por intermédio dos partidos políticos.