Santos (SP): Após protesto, estivadores chegam ao Porto e aguardam orientações

Greve dos trabalhadores, que começou na terça (14), deve continuar.
Objetivo é pressionar o Governo Federal por mudanças na MP dos Portos.

Após a aprovação do texto base da MP dos Portos, os estivadores do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, se apresentaram nas escalas normalmente na manhã desta quarta-feira (15). Os trabalhadores já foram para os navios mas, apesar disso, a greve deve continuar. Até às 9h, os trabalhadores ainda não haviam recebido orientação do sindicato se deveriam ou não continuar com a greve.

A paralisação dos estivadores provocou uma preocupação das autoridades em relação ao cais santista. Uma comunidade da Comissão Estadual de Segurança Pública dos Portos alertou que as embarcações podem ser invadidas durante os protestos.

Às 5h desta quarta-feira a Câmara dos Deputados encerrou a sessão e suspendeu a votação das emendas por falta de quórum. Uma nova sessão extraordinária foi marcada para as 11h. A Medida Provisória dos Portos perderá a validade se não for votada pela Câmara e pelo Senado até quinta-feira (16).

Greve
Os trabalhadores do porto de Santos, no litoral de São Paulo, estão em greve desde o começo da tarde de terça-feira (14). O objetivo da paralisação é pressionar o Congresso e o governo federal para mudanças estipuladas na discussão da MP dos Portos. A paralisação começou por volta das 13h e os portos de Paranaguá, no Paraná, e do Rio de Janeiro, também aderiram a greve.

Segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), nove navios tiveram as operações paralisadas por causa da greve dos estivadores e 26 estavam em operação. Os navios parados são: Grande Benin e Cap Melville, que estão no Saboó, Indiana, que está no Armazém 32 no Cais, Xin Yan Tian no Armazém 35, Kang Yao no Armazém 39, Tasco, que está no Tev, MSC Michaella, que está na TECON 1, Maersk Laberinto na Tecon 2 e Maersk Longo na Tecon 3. Sete embarcações trabalharam na terça com operação mecanizada.

De acordo com o Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), na escalação de trabalho para o período das 13h às 19h desta terça-feira, estiveram presentes nos postos de escalação 1.044 trabalhadores portuários avulsos. Das 723 funções requisitadas, 700 foram preenchidas. Entre as 23 funções não preenchidas, 12 eram destinadas a atividades da estiva.

Ainda segundo nota do Ogmo, a greve está restrita aos estivadores, porém apresenta reflexos nas demais categorias de trabalhadores portuários, em razão da paralisação das operações em alguns terminais. O Sindicato dos Operadores Portuários de Santos (Sopesp), Sindicato Agências Navegação Estado São Paulo (Sindamar), o Grupo Libra Terminais, a Santos Brasil e a Terminal para Contêineres da Margem Direita (Tecondi), não se pronunciaram.