Sílvio Guedes Crespo
A economia brasileira cresceu menos do que o esperado por muitos analistas e pelo próprio governo, mas, comparativamente a outros países, voltou a caminhar a um ritmo mais rápido do que o de alguns emergentes, como México e Rússia, nações que sofreram forte desaceleração.
No primeiro trimestre de 2013, o PIB (produto interno bruto) do Brasil aumentou 1,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Há um ano, a alta havia sido de apenas 0,8%, o que colocava o país na lanterna dos emergentes.
Essa foi a principal mudança na comparação entre a economia do Brasil e a de outros países que já divulgaram suas contas nacionais deste início de ano.
Outra modificação no cenário está no fato de que a taxa de expansão do Brasil alcançou a dos Estados Unidos (1,8%). No entanto, os dados sobre a economia americana são preliminares e podem mudar amanhã (dia 30), quando o país divulga sua revisão.
Em relação às nações de crescimento rápido e à Europa, a situação se manteve: o Brasil continua se expandindo em ritmo bem inferior ao dos emergentes asiáticos (com exceção da Coreia do Sul, que subiu 1,5%), mas ainda superior ao da União Europeia (que, na verdade, encolheu 0,7%). Também segue atrás dos latino-americanos Chile e Peru.
Em comparação com o último trimestre do ano passado, a economia brasileira cresceu 0,6%, de modo que as posições no ranking mudam. A Folha fez um levantamento mostrando que, nesse tipo de medição, o país ficou abaixo da Coreia do Sul e do Japão (que avançaram 0,9%) e acima de Chile e México (0,5% cada).
Freio global
É preciso considerar que o PIB brasileiro cresceu mais, mas a partir de uma base fraca. Em 2012, conforme levantou o blog Achados Econômicos, a economia do país havia caído 25 posições no ranking mundial de crescimento econômico, ficando em 128º lugar. Naquele ano, o Brasil cresceu menos do que os grandes emergentes.
Em 2013, a melhora do Brasil vai na contramão das maiores economias do mundo. Estados Unidos, China, Japão e União Europeia tiveram no primeiro trimestre um desempenho pior do que há um ano. O Reino Unido foi uma exceção, conforme aponta a tabela abaixo.
Variação do PIB (%) em comparação com um ano antes
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Fonte: Escritórios de estatísticas e BBC