Indústria puxa PIB paulista em abril, informa Fundação Seade

Por Ana Conceição | Valor

SÃO PAULO – O Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de São Paulo cresceu 0,6% em abril, ante o mês anterior, descontados os efeitos sazonais, de acordo com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). A economia paulista manteve o ritmo de crescimento de março, quando também aumentou 0,6%, ante fevereiro, dado revisado de uma leitura inicial de 0,4%. 

O resultado foi puxado pela expansão da indústria, de 2,2% no período. Serviços cresceram menos (0,8%) e a agropecuária teve contração de 0,2%. De acordo com Vagner Bessa, gerente de indicadores econômicos da Seade, a expansão do setor de serviços ficou aquém da esperada. “A inflação reduz o consumo das famílias e a parte dos serviços mais relacionada à demanda doméstica pode ter sido afetada pelo aumento dos preços”, disse.

Com o resultado de abril, a economia paulista acumulou crescimento de 1,4% em 12 meses, ritmo um pouco mais intenso que o de 1,1% em março (revisado de alta de 1,3%). 

Na comparação com abril do ano passado, o PIB do Estado cresceu 4,8%, resultado também puxado pela indústria (8,4%), e em menor medida pelos serviços (2,9%) e pela agropecuária (1,9%). Bessa lembra que na comparação anual o avanço do setor industrial tem sido beneficiado pela baixa base de comparação, uma vez que 2012 foi um ano de contração. Ele pondera, porém, que há uma recuperação moderada em curso, ao observar o resultado anualizado do setor. Em 12 meses, a indústria paulista registra contração de 0,7%, um resultado que veio melhorando desde dezembro, quando registrou queda de 2,1%.

De acordo com os dados da Fundação Seade, o desempenho da indústria em abril ante março deve-se ao crescimento do segmento de transformação, com destaque para farmacêutica (+23,8% na produção física), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+13,8%), vestuário e acessórios (+11,0%) e veículos automotores (+8,3%). Dos 20 setores pesquisados, 13 registraram crescimento; seis, queda, e um ficou estável.

O setor de máquinas e equipamentos, cujo desempenho é utilizado para antecipar tendências de investimento, apresentou variação positiva pelo quarto mês consecutivo (+10,8%). O efeito do crescimento da indústria sobre o PIB estadual só não foi mais acentuado porque o setor serviços, que cresceu menos, responde por 57% do total, diz a Seade.