Governo joga pesado para manter o achatamento do seguro-desemprego

O governo federal resolveu jogar pesado e manter a política de reajuste do seguro-desemprego feita com base na variação do INPC. Consta que membros da Casa Civil da presidência da República telefonaram para os conselheiros do Codefat (Conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador) recomendando que votassem para manter esta política de achatamento.

“Integrantes do governo já avisaram que votarão contra nós (trabalhadores)”, destacou Sergio Luiz Leite, Serginho, 1º secretário da Força Sindical.
Serginho explicou que o reajuste do seguro-desemprego pelo INPC foi estabelecido por uma medida aprovada ad referendum, a Resolução nº 707, de 10 de janeiro de 2012, que foi imposta pelo governo sem uma análise criteriosa e participativa do Codefat.

Os reajustes são feitos com base na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acumulado em 2012. Se a metodologia de correção não fosse alterada, o reajuste das parcelas de valor acima do mínimo ficaria em torno de 9%. Na ocasião, os representantes do movimento sindical repudiaram e questionaram a medida.

“De lá para cá, ocorreram sucessivos adiamentos de reuniões do Codefat. Foram agendadas quatro reuniões, mas somente uma delas foi realizada, sendo justamente nesta, com a participação do ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, que o Governo anunciou um pedido de vista, frente à discussão do problema. Na ocasião, o ministro também defendeu que os critérios anteriores fossem mantidos e que estaria tratando do assunto com o Planalto”, declarou Serginho.

“E agora, para a nossa amarga surpresa”, ressaltou Serginho, “ tomamos conhecimento que o Ministério da Fazenda tem feito uma grande pressão para que a medida imposta pelo governo seja ratificada e, caso isso ocorra, cerca de 700 milhões de reais deixariam de ser pagos e mais de 2 milhões de trabalhadores seriam prejudicados”.

Nesta quinta-feira (dia 15) será realizada eleição no Codefat e debatido o teto do seguro-desemprego. “Esperamos que dessa vez ela não seja novamente adiada e, sendo assim, mais uma vez vamos estar presente, ativos na briga contra injustiças como a Resolução 707, que estão querendo impor à classe trabalhadora”, concluiu Serginho.

FONTE: Assessorias de imprensa da Força Sindical e da Fequimfar