OIT alerta para déficit de trabalho decente no Brasil


Segundo entidade, 25% dos brasileiros ganham menos de US$ 75 por mês.

OIT recomendou que governos mantenham pacotes de resgate.

Agencia Estado

O Brasil atravessou a crise sem passar por um impacto social profundo. Mas, agora, terá de concentrar esforços para melhorar as condições de trabalho dos brasileiros. O alerta foi feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), durante reunião de ministros do Trabalho do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), realizada na semana passada em Washington.

Segundo a entidade, 25% da população brasileira ainda ganha menos de US$ 75 por mês. Para a entidade, o “déficit de trabalhos decentes ainda persiste”. Segundo a OIT, o desafio do governo no pós-crise mundial será o de criar condições para uma melhora da renda.

A OIT admite que a crise do desemprego foi atenuada pelo aquecimento do mercado interno e pelos incentivos fiscais do governo. Mas alerta para o fato de que a geração de emprego é insuficiente para lidar com a situação social do país, apontando os trabalhos degradantes que persistem. O documento mostra ainda que o Brasil é o país que tem a menor cobertura de seguro-desemprego entre as economias do G-20, atendendo 7% da população. Na Argentina, é 8%, na África do Sul, 11%, no Japão, 35% e na Espanha, mais de 60%.

A OIT recomenda que os governos mundiais mantenham os pacotes de resgate à economia, para evitar uma explosão na taxa de desemprego. Em 2009, esses pacotes salvaram 8 milhões de empregos e devem evitar mais de 6,7 milhões demissões em 2010.