Rodrigo Mattos
O Sindicato dos Trabalhadores de Indústria de Construção Pesada já pediu ao Ministério do Trabalho e Emprego o embargo da obra do Itaquerão. Então, haverá um reivindicação do Ministério à Justiça Trabalhista para parar a obra. Para representantes do sindicato, é certo que a obra deve ficar paralisada até o final da perícia policial porque esse é o procedimento padrão em caso de mortes. O prazo para conclusão dessa averiguação, na opinião do sindicato, é de cerca de 30 dias.
“Falei com o representante do Ministério do Trabalho, informalmente, e já pedi o embargo da obra. Com certeza, será concedido. Isso acontece em todos os casos de mortes de operários”, afirmou Antônio Dekeredjmiam, diretor do sindicato ao UOL Esporte. “Têm que ser apurados todos os detalhes até o final do que aconteceu.”
O sindicato, que representa operários do Itaquerão e de outras obras de construção civil, já está com pessoas no local da obra do estádio corintiano. Representantes do Ministério do Trabalho também estão se dirigindo ao local.
O sindicato obteve informações prévias sobre dois mortos. Um deles era o motorista do caminhão da empresa BHM, terceirizada contratada pela Odebrecht. Ele foi atingido pelo guindaste. Porém, os representantes do sindicato ainda não conhecem a identidade dos operários.
Segundo Dekeredjmian, a apuração até agora indica que o operador do guindaste percebeu que a máquina iria ceder quando levantava uma peça pesada. Então, ele se retirou dela antes que o guindaste caísse sobre ele. O aparato possui uma uma trava automática, mas a máquina já estava cedendo e entortando até que caísse sobre a área leste do Itaquerão.
“Infelizmente, é comum esse tipo de acidente com o guindaste. Aconteceu na reforma do aeroporto de Viracopos recentemente. Foram dois acidentes desse tipo nos últimos seis meses”, contou o diretor do sindicato.