O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda estuda uma forma de não descontinuar a divulgação de dados mensais sobre a taxa de desemprego no País após a substituição da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, o que deve ocorrer a partir de janeiro do ano que vem.
A Pnad Contínua começará a ser divulgada na próxima sexta-feira, 17. A principal novidade da pesquisa é a abrangência: mais de 211 mil domicílios são visitados a cada trimestre, espalhados em 3,5 mil municípios.
No formato em que foi concebida, a nova pesquisa traria apenas dados trimestrais sobre o mercado de trabalho do Brasil e das grandes regiões do País. “Está sendo estudada a possibilidade de colocar essa taxa de desocupação mensalmente para o total do Brasil”, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Atualmente, a Pesquisa Mensal de Emprego apresenta todos os meses a taxa de desocupação nas seis principais regiões metropolitanas no País, com base na coleta de dados em cerca de 45 mil domicílios. Se fosse calculada com base nos dados da Pnad Contínua, a taxa de desocupação no Brasil seria obtida a partir de informações coletadas em aproximadamente 70 mil domicílios a cada mês.
“Ter condições de ter o dado mensal a gente vai ter. O que está sendo feito é estudar para saber se o resultado é representativo como taxa de desocupação ou se é [efeito da] mudança de amostra”, explicou. “Alguns estudos para taxa de desocupação sugerem que para [o total do] Brasil a gente pode estar divulgando alguma coisa”, colocou.
O instituto avalia também a possibilidade de divulgar mensalmente informações sobre rendimentos e carteira de trabalho assinada no total do País. Azeredo prefere não dar 100% de certeza de que o instituto conseguirá manter as divulgações de dados sobre o mercado de trabalho todos os meses. Segundo ele, na época em que ficou definida a substituição da PME pela Pnad Contínua, os especialistas concordaram que a redução na periodicidade da publicação seria compensada pela vantagem de ter dados mais apurados e com abrangência territorial maior.
Para as primeiras divulgações, o IBGE informou que um conjunto de indicadores básicos será priorizado, entre eles a taxa de desocupação, o número de pessoas em idade de trabalhar (População em Idade Ativa), a Força de Trabalho (denominada de População Economicamente Ativa), a categoria do emprego, taxa de atividade, entre outros. A dessazonalização dos dados também está nos planos de divulgação, mas sem data prevista.
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