O movimento Diretas-Já voltou à mídia em razão do aniversário de 30 anos do histórico comício na Praça da Sé (SP), em 25 de janeiro de 1984. A imprensa destacou políticos e artistas, mas não citou o sindicalismo.
A Agência Sindical corrige o desvio. Gravamos um Câmera Aberta Sindical exclusivo sobre a presença dos trabalhadores e do sindicalismo no movimento cívico que desgastou ainda mais a ditadura.
Quarta – O Câmera Aberta vai ao ar nesta quarta (5), com três sindicalistas de histórias diferentes, formação política diversa, mas presentes no movimento das Diretas.
São eles: Wagner Fajardo, hoje dirigente da Federação Nacional dos Metroviários (sem Central) e, à época, ativista em sua categoria; João Carlos Gonçalves (Juruna), do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (trabalhava na Fulgor, Zona Sul) e hoje secretário-geral da Força Sindical; e Adílson Barros, hoje dirigente da Contraf-CUT e militante do movimento estudantil no Rio de Janeiro, em 1984.
Caravanas – Juruna contou que os metalúrgicos paulistanos colocaram ônibus nas portas de fábrica. Fajardo revelou que as catracas do metrô foram liberadas a pedido dos próprios metroviários ao então governador Montoro. Adilson lembrou que, mesmo com a UNE na clandestinidade, os estudantes foram linha de frente do Diretas-Já.
Ditadura – O ápice do Movimento ocorria após 20 anos de ditadura, que se desgastava com a retomada das greves, o movimento contra a carestia e a luta pela Constituinte. Juruna, Fajardo e Adilson convergem: 1) O Diretas-Já ajudou a derrubar a ditadura; 2) O movimento expressava o acúmulo de lutas contra o regime; 3) Quanto mais ampla, mais forte é a luta popular.