BC eleva taxa básica de juros para 10,75%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) de 10,5% para 10,75% ao ano. A decisão foi unânime, e dentro do esperado pela maioria dos analistas.

A poupança continua rendendo com seu potencial máximo. Uma nova regra de 2012 estabelece que ela renda menos quando a Selic estiver igual ou inferior a 8,5% ao ano. Nesse caso, a caderneta daria 70% da Selic mais a TR. Como está acima disso, o rendimento é o tradicional: 6,17% ao ano mais a TR.

Nas últimas sete reuniões, os membros do Copom decidiram subir a taxa de juros –na primeira vez, em 0,25 em ponto percentual, e nas outras seis vezes, em 0,5 ponto percentual–, em linha com as expectativas de analistas financeiros consultados pelo BC.

Taxa de juros é ferramenta para tentar combater inflação

A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação, ou estimular a economia. Analistas já esperavam uma alta da taxa de juros para combater a alta de preços, que tem preocupado o governo. A inflação oficial subiu 0,55% em janeiro.

Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair, controlando a inflação, em tese. Por outro lado, juros altos seguram a economia e fazem o PIB (Produto Interno Bruto) ficar baixo.

Se os juros estão elevados, as empresas investem menos, porque fica caro tomar empréstimos para produção, e as pessoas também reduzem seus gastos, porque o crediário fica mais alto. Essa situação deixa a economia com menos força. O lado bom é que investimentos baseados em juros são beneficiados e rendem mais para o aplicador.

Por outro lado, com juros mais baixos, há mais consumo e mais risco de inflação, porque as pessoas compram mais e nem sempre a indústria consegue produzir o suficiente. Quando há falta de produtos, a tendência é que eles fiquem mais caros.

A taxa básica de juros orienta o restante da economia, mas há pouco impacto na vida prática de quem precisa usar o cheque especial ou cartão de crédito. Analistas dizem que essas taxas são tão altas que pequenas variações na Selic são incapazes de aliviar ou pesar no bolso no dia a dia.

Antes do início do governo Dilma, a Selic estava em 10,75% ao ano. No primeiro mês dela (janeiro de 2011), subiu para 11,25%. Depois foi caindo. Chegou ao menor nível entre agosto de 2012 e março de 2013, quando ficou em 7,25% ao ano.

Entenda o Copom
O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros, mas a Selic já era usada como indicador desde 1986.

As reuniões do Copom ocorrem a cada 45 dias em Brasília.

O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central e os diretores de Administração, Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fiscalização, Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural, Política Econômica, Política Monetária, Regulação do Sistema Financeiro, e Relacionamento Institucional e Cidadania.

(Com agências)