Fotos Paulo Segura |
Esposos e filhos de 143 trabalhadoras metalúrgicas de São Paulo e Mogi das Cruzes participaram, na manhã deste sábado, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, da abertura do Encontro Março Mulher Metalúrgica, que acontece no auditório do Centro de Lazer da Família Metalúrgica, em Praia Grande.
“Nosso objetivo é desenvolver nosso trabalho e trazer a família; promover uma aproximação da mulher, com esposo e filhos junto ao Sindicato, e ampliar esta participação nas nossas ações”, disse o presidente Miguel Torres.
O evento, aberto pela diretora Leninha, coordenadora do Departamento da Mulher do Sindicato, contou com a participação de mulheres sindicalistas de outras categorias, que falaram sobre a luta da mulher por igualdade de direitos, vida sem violência, e suas conquistas. São elas: Valclécia Trindade (têxteis), 2ª secretária da Força Sindical; Eunice Cabral (costureiras), Maria Auxiliadora (brinquedos) secretária da Mulher da Força, o companheiro Edson (químicos). As companheiras Monica Veloso (metalúrgicos de Osasco) e Maria Aparecida Pinto, do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, falaram de suas experiências de vida na luta sindical.
Temas
Os temas de discussão foram “Organização das Mulheres no Mundo do Trabalho”, com Arlene Saboia, assessora da Secretaria Estadual da Saúde, e a “Atuação da entidade em ano eleitoral e suas lutas”, com o deputado federal Paulinho da Força e o diretor do Sindicato Cláudio Prado.
Mulheres
A primeira palestra mostrou que as mulheres são maioria no comércio e em serviços, setores que pagam pouco e são áreas precarizadas em termos de direitos e ascensão profissional. Nesse contexto, Arlene Saboia ressaltou a importância da organização sindical e política das mulheres. “Vejam que importância tem o sindicato na organização das lutas e organização política, como é importante os trabalhadores terem representação nas casas legislativas. O Congresso tem menos de 10% de mulheres deputadas. Se a gente estiver organizada nas reivindicações, vamos eleger pessoas mais comprometidas conosco e não com banqueiros, agronegócio, elite”, disse.
Depois de mostrar dados que indicam que o desemprego é maior entre as mulheres, que a mulher tem aumentado a sua participação no mercado de trabalho, mas continua ganhando menos que o homem, que a mulher é chefe de família em 37,3% dos lares, Arlene ressaltou que “a mudança de comportamento é atitude nossa. A dupla jornada pode ser dividida; a gente não consegue fazer um curso, um treinamento, uma viagem e é isso que temos que mudar, para termos melhores cargos, melhor remuneração”.
O secretário-geral, Arakém, disse que, infelizmente, o dia internacional da mulher veio em consequência de uma tragédia que vitimou centenas de mulheres, e que este é um dia de reflexão. “As mulheres não são tratadas igualitariamente. Parabenizo a todas por buscar seu espaço a cada dia.”
A diretora financeira Elza Costa Pereira reforçou a importância da participação da mulher em todos os cenários. “A mulher está tomando atitude para mudar, está abrindo seu próprio negócio, vai empregar e não discriminar. Nossa geração tem batalhado muito para mudar costumes e temos que deixar para a nova geração a consciência de que ela precisa continuar lutando”, disse.
O companheiro Geraldino, diretor do Sindicato e da Força Sindical, disse que ainda sofremos com o preconceito e o racismo, que envergonham o nosso país e atrasam o desenvolvimento. “´Tem gente que acha que a mulher é patrimônio seu, isso é vergonhoso. A mulher nunca deixou de lutar e essa luta é permanente, não podemos dar trégua.”
O diretor Claudio Prado lembrou que as mulheres da América Latina ocupam mais da metade do mercado de trabalho e que um terço das mulheres sustentam seus lares sozinhas. “Elas conquistaram espaço, estão indo à frente; hoje, a mulher constroi a sociedade”, disse.
Juruna, secretário-geral da Força Sindical, ressaltou que só há mudança quando há participação. “As coisas mudam a partir de nós, se houver uma participação no sindicato, na sociedade, nos partidos políticos, nos bairros. Sempre se tratou o sindicato como coisa de homem. Hoje, a mulher trabalha fora, tem menos filhos e cuidar dos filhos também é coisa de homem”, disse.
Paulinho disse que a Força Sindical e o Sindicato não podem resolver os problemas sozinhos, que é importante a participação dos trabalhadores e que muita coisa se resolve no parlamento. A questão política é vital para impulsionar as lutas. “Estamos travando uma luta para recuperar as perdas do Fundo de Garantia, reduzir a jornada para 40h, garantir o seguro-desemprego, a correção da tabela do imposto de renda, que está corroendo os salários, o fim da rotatividade, a defesa do emprego e da indústria, a valorização das aposentadorias. Quanto mais ações e mobilização, mais força teremos”, disse.
Miguel Torres disse que este é um ano que põe em discussão o que queremos para o país, “se um Brasil mais justo, que vai dar mais oportunidade para os jovens, mais renda para os trabalhadores, ou um país para os banqueiros, para os donos de terras. Temos a oportunidade de mudar com o nosso voto e lutar pelo fim do fator previdenciário, pela redução da jornada, manutenção da política de valorização do salário mínimo, valorização das aposentadorias”, disse.
Mesa de abertura: Claudio Prado, David Martins, Edson (químicos), Valclécia (texteis), Arakém, Geraldino, Miguel Torres, Elza, Monica (metal Osasco), Eunice (costureiras), Auxiliadora (brinquedos), Juruna, Leninha |
Diretora Leninha |
Miguel Torres, presidente |
Elza, diretora financeira |
Arakém, secretário-geral |
Plenário |
Plenário |
Diretoras Leninha, Elza, Eunice (costureiras), Yara, Monica (metalúrgicos Osasco), Cristina, Ester, Alsira, Auxiliadora (brinquedos) |
Paulinho da Força |
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Atividade na quadra de esportes: danças e movimento saúde corporativa |
Espaço de recreação dos filhos das trabalhadoras |