A eleição para o Congresso e os assalariados

Antônio Augusto de Queiroz

A investida em bases neoliberais sobre os direitos sindicais, trabalhistas, previdenciários e dos servidores públicos deixou claro que sem retaguarda no Congresso Nacional, não há como evitar retrocessos, muito menos avançar nas conquistas.

Na eleição para o Congresso, seja mediante candidatura própria do movimento sindical (trabalhador, servidor público ou aposentado), seja por intermédio de candidatos comprometidos com suas causas (os movimentos sociais, em geral, e o sindical, em particular), é preciso um envolvimento direto dos trabalhadores e suas organizações no sentido de eleger uma bancada comprometida com seus pleitos e lutas.

A campanha eleitoral é uma oportunidade ímpar que têm os trabalhadores, aposentados e servidores para a divulgação e popularização da importância, necessidade e conveniência de ampliação e preservação das conquistas trabalhistas, sindicais, previdenciárias e sociais.

Diálogo e governança participativa
Com uma bancada expressiva, além da defesa direta dos direitos e interesses, os candidatos dos trabalhadores poderão dar grande contribuição, defendendo, por exemplo, a ampliação dos espaços de diálogo e governança participativa, como forma de legitimar as políticas públicas e colaborar para o desenvolvimento econômico e social do País, com criação de emprego e renda.

Por fim, o fato de os trabalhadores terem avançado em alguns direitos e evitado retrocessos, nos últimos anos, foi mérito, em grande medida, da bancada sindical no Congresso. Projetos sobre terceirização em bases precarizantes, simples trabalhistas, prevalência do negociado sobre o legislado, flexibilização de direitos, entre outros, só não se transformaram em lei pela resistência da bancada sindical.

Fortalecimento
Na eleição de 2014, portanto, é fundamental o fortalecimento e ampliação da bancada sindical. Sem uma bancada grande e comprometida com os pleitos dos trabalhadores e das entidades sindical dificilmente será possível aprovar temas como a redução da jornada, eliminar os efeitos perversos do Fator Previdenciário e garantir a proteção contra a despedida imotivada, entre outros pontos de interesse dos trabalhadores, o movimento sindical precisa contar com representantes no Congresso Nacional.

Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap.
Este artigo foi publicado originalmente no site da Fecomerciários