A presidente Dilma Rousseff avisou ao comércio varejista que não será possível incluir novos setores na política de desoneração da folha de pagamento, mas apenas manter permanente o benefício para aqueles já contemplados.
Pela lei atual, a medida venceria no final do ano.
O anúncio oficial da decisão de tornar o benefício permanente depende da finalização do projeto. Segundo assessores, ele pode ocorrer nesta quinta-feira (22) durante reunião com empresários no Planalto.
“O objetivo do governo é manter permanente para todos os setores [contemplados]”, disse Dilma durante reunião fechada no início de maio com dirigentes do IDV.
Indagada pela empresária Luiza Trajano sobre o pedido de inclusão de outros setores, como supermercados, ela respondeu: “Sinto muito, agora eles esperam um pouquinho, não vou mentir para vocês”, segundo relato das conversas ao qual a Folha teve acesso.
A presidente deu como justificativa a falta de recursos no Orçamento para bancar novos benefícios. “Temos margem fiscal para manter. Manter, dar um tempo, depois torna a ampliar”, afirmou.
Segundo a Folha apurou, a decisão do governo de manter a desoneração já está tomada pela presidente, mas não está descartada a exclusão de alguns setores nos quais a medida não tenha gerado o resultado esperado.
O governo cita o caso da GE como exemplo de sucesso da medida.
A multinacional estava analisando instalar uma fábrica de turbinas na Malásia ou no Brasil. Segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), optou pelo Brasil por causa das vantagens da desoneração da folha, que vai permitir exportar parte da produção para a China. (VC)