Empresa fecha unidade de Sorocaba e não prevê contratações
para operar o setor na cidade
Com o fechamento da fábrica da Gerdau de aços laminados, em Sorocaba, no interior do Estado, a usina da empresa em Mogi das Cruzes deve passar a produzir a maior parte da matéria-prima que era gerada na unidade a ser desativada no próximo mês de setembro. A diretoria afirma que a mudança não abrirá mais vagas de emprego. O Sindicato dos Metalúrgicos da Região vê com ressalvas a medida e irá acompanhar a situação para impedir demissões posteriores.
O anúncio oficial foi feito pela Gerdau ontem. Ao todo, 160 funcionários serão demitidos até setembro, quando a unidade fabril será totalmente desativada. “A decisão de transferir a produção do laminador da unidade de Sorocaba ocorreu devido à necessidade de otimização das atividades das operações da empresa no segmento de aços especiais voltados para indústria automotiva, frente ao complexo cenário vivenciado pela indústria do alo no Brasil e no mundo. A redução de postos de trabalho foi o último recurso da Gerdau após a tomada de uma série de medidas para evita-la. Ademais, alguns colaboradores estão sendo transferidos para outras unidades da Gerdau e outros estão se aposentando. Já aqueles que estão sendo desligados receberão um pacote diferenciado de benefícios”, trouxe uma nota oficial enviada pela assessoria de imprensa.
A unidade fabril de Mogi conta com cerca de 750 funcionários e funciona na Avenida engenheiro Miguel Gemma, altura do Conjunto Toyama. Outros 100 trabalham no Centro de Distribuição da Gerdau, às margens da Rodovia Mogi-Dutra (SP-88), no Taboão. Novos empregos não devem ser gerados pela empresa na cidade. “Com a transferência da produção de Sorocaba para Mogi e outras unidades, o atendimento ao mercado seguirá realizado normalmente. Atualmente, não há previsão de novas vagas na usina da Gerdau em Mogi das Cruzes (SP)”, acrescentou.
Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Mogi, Osvaldo Bolanho, a transferência da produção da Gerdau para Mogi pode ser vista sob duas formas. “De um lado é algo negativo para os trabalhadores sorocabanos que perdem seus empregos. De outra forma, mostra a certeza de que a nossa cidade pode receber investimentos e gerar riqueza para cá. Mesmo que neste momento não haja abertura de empregos, o aço será faturado aqui. O ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) ficará por aqui”, disse.
O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, ligado á Força Sindical, Silvio Bernardo, conta que há um grupo sindical monitorando as empresas da região. “Vamos observar a Gerdau porque lutamos pela manutenção dos empregos. Acredito que existam outras formas de negociar a situação antes da demissão. Depois de concluído esse processo de transferência de produção, a empresa não pode efetuar dispensas injustificadas mais a frente”, concluiu. (M.L.)