com Gabriel Mascarenhas e Thiago Prado
Reverbera até hoje no Palácio do Planalto, quase três semanas após ter ocorrido, uma reunião que juntou o presidente da Caixa, Jorge Hereda, o vice Marcos Vasconcelos e os peemedebistas Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha.
Nela, segundo relato detalhado que chegou ao coração do poder, Cunha exigiu que o Fundo de Investimento do FGTS aprovasse generosos aportes na Queiroz Galvão Óleo e Gás e no Estaleiro Atlântico Sul.
Se a demanda não fosse aceita, teria troco: seus representantes no FI-FGTS vetariam o aporte de 2,5 bilhões de reais que o governo queria que o fundo desse à Petrobras para a conclusão das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Resultado da encrenca: na véspera da reunião que definiria o dinheiro para o Comperj, o governo avisou aos conselheiros do fundo, hoje um dos potes de ouro mais desejados pelas empresas e manejados pelos políticos, que estava retirando o pedido da pauta.
Preocupado com a possibilidade de usarem o dinheiro do trabalhador para outras finalidades, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, vai solicitar aos representantes das Centrais Sindicais no Conselho do FI-FGTS para que peçam vistas em todos os processos em andamento que estão requerendo verba do fundo. Torres diz que quer inibir o uso político do Fundo durante as eleições. De fato, o FI-FGTS virou uma farra de políticos.
Por Lauro Jardim