Apesar de uma pauta extensa de reivindicações, os trabalhadores vêm enfrentando e vencendo desafios impostos pela crise econômica. Por exemplo, o Dieese acaba de divulgar relatório segundo o qual, em 2011, 92% dos pisos salariais de 671 unidades de negociação de todo o Brasil dos setores da indústria, comércio, serviços e rural tiveram aumentos reais nas campanhas salariais.
Como isto ocorreu num ano em que em que não houve aumento real do salário mínimo, o resultado deve-se às negociações realizadas entre os sindicatos e os patrões e à pressão exercida pelos empregados que muitas vezes foram obrigados a deflagrar greves para fechar a convenção coletiva.
No entanto, ainda temos muitas tarefas complexas para resolver, entre as quais acabar com o fator previdenciário, que reduz em cerca de 30% as aposentadorias, obrigando o trabalhador a se manter por mais tempo no mercado de trabalho.
Precisamos também rechaçar a proposta do governo que pretende instituir a aposentadoria por idade, como moeda de troca para acabar com o fator. Infelizmente, o governo adiou para agosto, na Câmara dos Deputados, o debate sobre estas questões de interesse dos trabalhadores e das centrais sindicais.
No plano geral, precisamos enfrentar com urgência a redução da atividade econômica, do emprego e da renda, problemas agravados pela crise internacional. Reafirmamos a necessidade de mudanças radicais na política econômica com o enfoque na valorização do trabalho, da renda e da produção em detrimento ao pagamento dos juros da dívida interna.