Para os trabalhadores brasileiros, o segundo semestre do ano se notabiliza por reunir as grandes categorias de trabalhadores em campanha salarial.
Calcula-se que perto de 3 milhões de pessoas, entre metalúrgicos, comerciários, químicos, gráficos e trabalhadores do setor da alimentação, vão sentar à mesa com os patrões para negociar o reajuste salarial — inflação mais o ganho real —, e a manutenção e ampliação da cláusulas sociais e econômicas da atual convenção coletiva.
Que ninguém duvide: será uma das mais difíceis negociações entre capital e trabalho dos últimos tempos. Os patrões vão jogar com a crise internacional e com a redução da atividade econômica no país para tentar limitar os nossos ganhos, cortar e reduzir direitos.
Os sindicatos terão de organizar e mobilizar as bases para buscar bons acordos e assim dar exemplo a todos os trabalhadores. Foi importante a iniciativa da Fecomerciários e centrais sindicais em promover uma passeata da categoria no centro de São Paulo para deflagrar a campanha salarial.
Além disso, temos de mostrar à sociedade que crise se combate com crescimento econômico, valorização do trabalho e distribuição de renda. Não se pode dar importância ao choro patronal de que suas empresas vão mal, porque a economia deverá reagir até o final do ano. As projeções do governo dão conta que o PIB anualizado vai apresentar um bom crescimento.
Em comparação com os países da Comunidade Europeia, a Brasil tem uma estabilidade econômica razoável, com inflação baixa, juros caindo e desemprego num patamar aceitável. Na prática, o país tem tudo para voltar a crescer de forma sustentada.