Dilma manifesta preocupação com crise na Petrobras a sindicalistas

Por Bruno Peres | Valor Econômico

BRASÍLIA  –  A presidente Dilma Rousseff manifestou preocupação com as consequências da crise envolvendo a Petrobras que atingem diretamente a população, sobretudo os trabalhadores de empresas contratadas pela estatal, durante encontro com representantes das Centrais Sindicais no Palácio do Planalto na tarde desta segunda-feira.

De acordo com o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, Dilma vai chamar a Petrobras para debater a situação de trabalhadores de empresas prestadoras de serviço para a petrolífera que têm atrasado pagamentos e indenizações trabalhistas em função das denúncias de corrupção que atingem a empresa. O assunto também será levado pelos sindicalistas ao Ministério Público Federal (MPF).

“Ela [Dilma] falou que é uma injustiça com os trabalhadores, que tem que achar medidas que garantam o direito dos trabalhadores. A Petrobras não é do governo, o governo não tem gerência sobre ela, mas ela vai chamar a Petrobras também para ver o que pode ser feito”, disse Miguel Torres. “A ideia também é evitar paralisação de obras e demissões, mas primeiro temos que garantir o direito dos trabalhadores”, acrescentou.

O assunto foi levado pelos sindicalistas à presidente durante a reunião desta segunda-feira, mas as entidades trabalhistas já haviam manifestado ao Palácio do Planalto, na última semana, a preocupação com a situação dos trabalhadores que prestam serviços para empresas contratadas pela Petrobras, principalmente em Recife, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Na reunião desta segunda-feira, Dilma garantiu aos sindicalistas que negociará “brevemente” em um debate único todas as reivindicações da chamada pauta trabalhista – correção da tabela do Imposto de Renda, valorização do salário mínimo, regulamentação da terceirização de mão de obra, jornada de trabalho e fim do fator previdenciário.

De acordo com Vagner Freitas, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Dilma se comprometeu a encaminhar ao Congresso ainda este ano uma medida que reposiciona a correção da tabela do Imposto de Renda, assim como garantir a valorização do salário mínimo para os próximos anos a partir de uma fórmula de reajuste – a atual só vale para o próximo ano.

“A presidente vai se pronunciar em breve sobre isso”, disse Vagner Freitas. “Queremos que ela se pronuncie, defendendo a continuidade da valorização [do salário mínimo], e nós discutirmos conjuntamente uma fórmula que gar anta isso”, completou.Presentes à reunião da presidente Dilma com os sindicalistas nesta segunda-feira no Palácio do Planalto, os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e do Trabalho, Manoel Dias, não se pronunciaram ao término do encontro.

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