“De acordo com a nossa avaliação, a presidenta Dilma Rousseff acertou ao chamar a reunião e propor o diálogo com as Centrais Sindicais do País. Esta atitude é importante porque sinaliza que nós, trabalhadores e governos, teremos um debate aberto nos próximos anos.
Acreditamos que neste novo mandato, teremos a oportunidade de debater com ela os grandes problemas dos trabalhadores, por meio da retomada de negociações permanentes sobre a pauta trabalhista.
Os dirigentes das Centrais Sindicais definiram como prioridades da agenda trabalhista a manutenção do processo de valorização do salário mínimo, com reajustes anuais, correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, o fim do Fator Previdenciário e a derrubada do projeto de lei que amplia a terceirização.
Além disso, defendemos a regulamentação da Convenção 151 e a ratificação da Convenção 158, ambas da OIT. Não abrimos mão da definição de uma política que valorize as aposentadorias e que introduza a redução da jornada de trabalho, entre outros temas.
No plano geral, não abrimos mão de nossas propostas aprovadas na Conclat, em 2010, que apontam para a necessidade de se elaborar um projeto nacional de desenvolvimento com soberania, democracia, valorização do trabalho e distribuição de renda — e que inclua um novo modelo industrial para reerguer nossas empresas.
Ainda nas negociações com o governo, no próximo ano, vamos debater quais medidas a equipe econômica pretende implementar para aumentar a arrecadação, reduzir as despesas e diminuir a inflação. Já deixamos claro para o governo que não vamos aceitar que medidas impostas para arrumar a casa prejudiquem os trabalhadores, mediante o corte e redução de direitos trabalhistas, sociais e sindicais”.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato, CNTM e Força Sindical