Ao pôr nas ruas dezenas de milhares de trabalhadores, a Força Sindical e as demais centrais mostraram à sociedade e ao governo federal que estão dispostas a ir às últimas consequências a fim de barrar a rigidez imposta para se obter os benefícios trabalhistas e previdenciários.
Caso o Congresso aprove as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, as pessoas terão dificuldades para requerer o seguro-desemprego, abono salarial, pensão por morte, auxílio-doença, seguro-defeso e auxílio-reclusão.
Para o movimento sindical, as medidas prejudicam a população de baixa renda e, em particular, os trabalhadores. Além disso, traduzem uma vontade além da conta de retirar direitos conquistados ao longo dos anos.
Por isso, as centrais sindicais já organizam novas manifestações. A próxima, provavelmente, será ainda em fevereiro. É importante destacar que os trabalhadores estão profundamente revoltados com a presidenta Dilma Roussef.
É que durante sua campanha da reeleição garantiu não mexer nos direitos trabalhistas e previdenciários. E mentiu. Mas as lideranças sindicais continuam negociando com o governo federal. Na última reunião, realizada dia 3 passado, não houve acordo. O governo veio com conversa pra boi dormir.
Nos próximos dias, os representantes dos trabalhadores vão ser recebidos pelo novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem pedirão a revogação das MPs. Aliás, a eleição de Cunha traz um novo alento para os trabalhadores que, enfim, poderão ver a Pauta Trabalhista debatida, votada e aprovada na casa.
Com a deflagração de manifestações e com a valorização do processo negocial, as centrais sindicais mostram que não estão dispostas somente a radicalizar, mas que apostam também na negociação para superar conflitos.
Miguel Torres – Presidente do Sindicato, CNTM e Força Sindical