Indústria de máquinas quer alíquota de 35%

MAURÍCIO GODOI
SÃO PAULO – Na tentativa de reduzir a projeção de déficit comercial de cerca de US$ 14 bilhões para este ano, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) afirmou que apresentará ao Ministério da Fazenda um pedido para aumentar a alíquota de importação de máquinas e equipamentos de 14% para 35%. A medida, disse o presidente da entidade, Luiz Aubert Neto, visa a coibir a entrada de produtos semelhantes aos que são feitos por empresas brasileiras e que sofrem ação predatória de concorrentes que obtêm melhores condições de financiamento.
“Estamos vivendo um período de verdadeiro ataque dos importados ao mercado brasileiro”, definiu Aubert. Segundo ele, o setor tem de concorrer contra produtos de outros países cujas taxas flutuam entre 0% e 2,5% ao ano.
O executivo também citou ainda os prazos de financiamento obtidos no exterior em bancos de fomento da China e na Coreia do Sul que, aliados ao câmbio depreciado, favorecem a entrada de máquinas no País.
Para a entidade, essa medida é prioritária e se baseia nos dados de sua balança comercial. O mês passado registrou o maior nível de importações da história, US$ 2,253 bilhões. Enquanto isso, as exportações somaram US$ 794 milhões.
Apesar do cenário nebuloso traçado pela entidade, o balanço de 2010 é positivo. A venda de máquinas cresceu em julho e o faturamento nominal do setor foi de R$ 6,13 bilhões, alta de 19,3% em comparação com o mesmo período de 2009. Já no acumulado dos sete primeiros meses do ano o setor reportou ganhos de R$ 40,15 bilhões, ou alta de 16,6%.
Segundo Aubert, a tendência para o final do ano é de manutenção dos bons níveis de crescimento. Essa perspectiva, porém, tem data para acabar. Segundo ele, se o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do BNDES, que proporciona taxas de 5,5% ao ano, realmente terminar, o setor apresentará recessão e, consequentemente, haverá demissões.