Causou alvoroço no movimento sindical o anúncio do governo da edição das Medidas Provisórias 664 e 665, que retiram direitos trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora. E não poderia ser diferente a repercussão negativa que as medidas, anunciadas sem qualquer conversa prévia com os representantes dos trabalhadores, causaram, pois as MPs foram editadas logo após a presidenta ter sinalizado que manteria um diálogo permanente com as Centrais e que não mexeria em qualquer benefício dos trabalhadores.
A resposta das Centrais Sindicais foi imediata: no último dia 28, manifestações por elas coordenadas foram realizadas por todo o País, reunindo dezenas de milhares de trabalhadores naquele que foi denominado Dia Nacional de Luta em Defesa dos Direitos e do Emprego. Um dia de protestos contra a restrição do acesso a benefícios como seguro-desemprego, abono salarial, auxílio-doença, pensão por morte, seguro-defeso e auxílio-reclusão, conquistas da classe trabalhadora ao longo dos anos.
Em vez de penalizar os trabalhadores com a retirada de direitos, o governo deveria tomar medidas que realmente possam “corrigir as distorções e fraudes”, como por exemplo a instituição do imposto sobre grandes fortunas, a taxação de remessas de lucros e dividendos para o exterior e a redução da taxa de juros, fomentando a produção, o consumo e gerando emprego.
As Centrais estarão reunidas amanhã (10,) com o novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e com o presidente do Senado, Renan Calheiros, para sensibilizá-los quanto à revogação das MPs 664 e 665. Uma nova Marcha em Defesa dos Direitos e do Emprego, a 9ª, a ser realizada brevemente, também está sendo organizada pelas Centrais Sindicais pelo mesmo motivo.
Temas como a redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas, o fim do Fator Previdenciário, a correção da tabela do IR, a manutenção da política de reajuste do salário mínimo, reajuste digno para os aposentados e o fim do Projeto de Lei que amplia a terceirização, entre outros, também serão abordados.