Metalúrgicos, bancários e petroleiros pressionam patrões e ameaçam greve

Wagner Gomes

SÃO PAULO – Metalúrgicos, bancários e petroleiros terão nesta quarta-feira um dia decisivo para as campanhas salariais. As três categorias, que estão entre as maiores e mais organizadas do país, vão se reunir com representantes dos sindicatos patronais para negociar e, se saírem sem uma proposta próxima ao que reivindicam – ganhos reais que, no caso dos petroleiros, chegam a 10% -, ameaçam entrar em greve.

A pressão dos trabalhadores fez as montadoras de veículos chamarem nesta terça-feira o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para negociar. A reunião foi marcada para às 14h. Às 13h, terminaria o prazo dado pelo sindicato para que as empresas apresentassem nova proposta salarial, sem o que entrariam em greve. Bancários e petroleiros também estarão em negociação nesta quarta-feira.

– Se as condições econômicas da Petrobras já eram boas, a situação vai melhorar com a capitalização da empresa. A Petrobras não pode ter funcionários insatisfeitos no momento que estabelece regras para o pré-sal – disse João Antônio de Moraes, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reivindica reposição da inflação pelo INPC (5,16%) mais 10% de aumento real.

A Petrobras ofereceu repor a inflação pelo IPCA (4,5%) e aumento real de 1,3% a 2%. Representando 70 mil trabalhadores em todo o país, a FUP diz que se não houver acordo passará a discutir uma greve. Os petroleiros já estão em estado de greve desde o dia 3, quando houve paralisação de advertência em algumas refinarias.

No ABC paulista, milhares de metalúrgicos voltaram a atrasar nesta quarta-feira a entrada para o trabalho nas fábricas de Volkswagen, Ford e Mercedes-Benz. Diante da pressão, na segunda-feira a General Motors concordou em elevar a proposta de reajuste salarial de 7% para 9% para os funcionários de São Caetano do Sul e São José dos Campos.

Entre os bancários, as negociações salariais com a Fenaban, que representa os bancos, começam nesta quarta-feira. Os bancários querem 11% de reajuste salarial (reposição da inflação mais 5%), participação nos lucros e resultados de três salários, abono de R$ 4 mil, além da elevação do piso de R$ 1.074 para R$ 2.157.

Nesta terça-feira, os bancários cruzaram os braços em vários estados. No Rio, 3.800 trabalhadores atrasaram a abertura de agências e prédios administrativos.

– Dependendo de como for a negociação com os patrões, vamos convocar greve geral – disse presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e Financeiros do Rio de Janeiro, Almir Aguiar.