Depois de quase duas semanas de mobilizações e pequenas paralisações nas linhas de produção, o grupo das montadoras, representado pelo Sinfavea (Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), decidiu voltar a negociar com a categoria índice de reajuste salarial dos metalúrgicos e, assim, evitar uma greve geral.
A base patronal chamou os sindicatos ligados à FEM-CUT/SP (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT de São Paulo) para reunião hoje, às 14h – exatamente no mesmo horário em que termina o prazo legal para que a categoria inicie greve geral por tempo indeterminado.
Na segunda-feira, o documento de aviso de paralisação foi encaminhado ao Sinfavea pelo presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques, o Biro Biro. No mesmo dia, cerca de 13 mil trabalhadores em montadoras (Volkswagen, Ford e Mercedes-Benz) de São Bernardo participaram de assembléias e protestos, que incluíram paralisações. Os atos, seguidos de protestos e passeatas internas, paralisaram a produção das 5h15 às 10h, período que variou em cada fábrica, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Na última assembleia, realizada no sábado, 10 mil metalúrgicos rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 7%. A categoria almeja, ao menos, conquistar índice de 9% – somada a reposição da inflação (de 4,2%), mais o aumento real – na campanha deste ano.
“Fechamos com os demais grupos patronais com 9% de aumento salarial. Este é o parâmetro. Queremos buscar na negociação um consenso que atenda esta nossa expectativa”, diz Biro Biro.
Na segunda-feira, os 11 mil funcionários da GM (General Motors), aprovaram junto ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, reajuste de 9%, mais abono de R$ 2.200.
A base do sindicato da região tem 101,4 trabalhadores, desse total mais de 32 mil trabalham nas montadoras.