É preciso agir para a crise não atingir a campanha salarial

A crise econômica e financeira internacional vai exigir do movimento sindical esforço redobrado para manter bem alto o clima de mobilização, organização e de vontade de luta dos trabalhadores que estão em campanha salarial neste segundo semestre.

É fundamental discutir nos sindicatos, nas empresas, nas escolas e nos bairros as razões da quebradeira de bancos e de empresas de investimentos dos Estados Unidos e quais os reflexos destes problemas sobre o Brasil.

Manter luta por aumento
“Tem de ficar claro para os trabalhadores que reivindicações como reposição salarial, aumento real, redução da jornada e fim da terceirização, entre outras, são fundamentais para melhorar a qualidade de vida e de renda dos assalariados”, aponta o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

Cerca de 4 milhões de trabalhadores têm data-base até dezembro, num momento em que o país poderá ser afetado por uma ligeira desaceleração a economia. Mas, de acordo com  analistas econômicos mais próximos dos trabalhadores, a tendência é o Brasil ser pouco prejudicado pela crise.

Bancos sólidos
Primeiro, por ter uma organização bancária bem sólida, ter uma pauta de exportação bem diversificada e, portanto, menos dependente dos Estados Unidos.

Para Juruna, a quebradeira norte-americana pode esfriar a campanha salarial, pois tende a mexer com o grau de mobilização das categorias que estão no processo de luta. A situação tende a ficar pior se os patrões usarem a crise para não atender as reivindicações dos empregados.

Conscientização
“Eles (os trabalhadores) podem se sentir desestimulados a lutar por reposição e aumento real de salários”, analisa o secretário-geral, acrescentando que os sindicatos precisam realizar um trabalho de conscientização das bases para manter bem alto o moral dos trabalhadores.

“Mas, como disse o presidente Lula, acredito que os reflexos da crise serão imperceptíveis no nosso país”, completa Juruna.

O presidente da CNTM, Eleno José Bezerra, disse que não vê como a queda das bolsas de valores atrapalhe campanha salarial dos metalúrgicos.

“Esse problema não tem influência direta na produção. Se as empresas quiserem usar isto como argumento para não negociar um bom aumento salarial, só nos restará ir à greve, e greve é tudo o que os empresários não querem neste momento”, explica o dirigente.

Fonte: Força Mail (Ass. Força Sindical)