“A política econômica equivocada do governo federal segue trazendo prejuízos incalculáveis para os trabalhadores.
Manter os juros em patamares estratosféricos, aumentar tarifas e promover a desoneração pura e simples da folha de pagamentos de alguns setores, mas sem qualquer contrapartida para os trabalhadores, mostraram-se medidas totalmente ineficazes para barrar o fechamento de postos de trabalho.
Prova disto são as demissões ocorridas, cada vez em escalas maiores, nas montadoras (e em toda a cadeia produtiva), no setor da construção civil e pesada, nos serviços e agronegócios. Mas quase todos os setores vêm sentindo na pele os danos provocados pela persistência governamental.
No mês passado o Brasil apresentou, pelo 3º mês consecutivo, um saldo negativo de empregos formais (2.415 postos de trabalho fechados), tornando-se o pior fevereiro dos últimos 16 anos. E o pessimismo dos brasileiros com o futuro, de acordo com o Datafolha, atingiu 69%, o maior número registrado desde dezembro/97 de pessoas que creem que o desemprego vai aumentar.
Este conjunto de dados é realmente preocupante, e o governo tem de fazer algo para brecar as demissões. Um primeiro passo seria abrir diálogo com o movimento sindical, trabalhadores e empresários para a tomada de decisões de consenso, visando o fortalecimento da indústria e dos trabalhadores”.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, CNTM e Força Sindical