Ontem, em voto secreto, trabalhadores rejeitaram proposta que não dava garantia de emprego e flexibilizava direitos
Depois que os metalúrgicos da planta da Volvo em Curitiba rejeitaram, em votação secreta, a proposta de montadora com 77% dos votos contrários e 23% a favor, a empresa passou a tentar impor a necessidade de votação dos terceirizados e dos administrativos, que não fazem parte do pacote de demissões. A montadora tem expectativa de que com os votos dos “não prejudicados pelas demissões e reduções de direitos”, possa conseguir aprovar sua proposta. Os metalúrgicos do chão de fábrica da Volvo entram nesta quarta-feira (13) no quarto dia de greve, protestando contra as ameaças de demissão e redução de direitos. Nesta manhã, os trabalhadores fecharam a rua em frente à fábrica como protesto.
“Não tem como botar pra votar um engenheiro ou um técnico em contabilidade que não são associados ao Sindicato e que não estão no pacote de demissões para votar uma proposta que vai atingir somente o chão de fábrica. Em vez de sentar para negociar uma proposta coerente de manutenção dos empregos, a Volvo prefere ficar usando os trabalhadores administrativos para forçar e impor sua proposta ao chão de fábrica”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka.
A proposta rejeitada trazia o seguinte: redução em 50% no valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em relação ao valor do ano passado, que foi de R$ 30 mil, reajuste salarial apenas com a reposição da inflação para a data-bas, que é em setembro. Ainda segundo a proposta, mesmo que os trabalhadores aceitassem o acordo, cerca de 600 ainda seriam demitidos em dezembro.
Volvo teve o 2º melhor ano de vendas de caminhões no Brasil em 2014
Segundo o site Automotive Bussines, especializado no setor automotivo, em 2014, a Volvo anotou o seu segundo melhor ano de vendas no país, com 19,7 mil veículos emplacados, inferior em 4,8% ao recorde de 20,7 mil em 2013.