Alexandre Melo
A retomada da indústria automobilística, que iniciou o ano com o estoque baixo, será um dos setores responsáveis pela geração de 2 milhões de empregos formais durante 2010, diz o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. Apenas a região emprega 98 mil funcionários e responde por um terço da produção nacional. Em visita ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o ministro destacou que a área de serviços puxará as novas contratações.
No ano passado, apenas o Estado de São Paulo foi responsável pela abertura de 30% a 35% dos empregos formais gerados no País. Segundo Lupi, as demissões ocasionadas pela crise financeira impactaram no balanço anual. A promessa do ministro é que “2010 será o período com maior geração de empregos do governo Lula”.
Após o setor de serviços, o destaque será, na avaliação de Lupi, o de construção civil, aquecido pelo programa Minha Casa, Minha Vida. “Acredito que a construção civil ficará em segundo lugar, perdendo apenas para serviços. Depois, penso que os metalúrgicos, comércio e agricultura serão mais beneficiados.”
Para ele, a tendência é que os indicadores positivos em relação a emprego registrados no Exterior, como a Europa, sejam sentidos no País. Além disso, a região Nordeste deverá ultrapassar o Sul, ocupando o segundo posto na produção de empregos formais. “A região tem crescimento acima da média nacional”, salienta Lupi.
JORNADA – O ministro acredita que até o fim do primeiro semestre deverá ser aprovada a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. “Sou favorável. Todos ganham com esta medida, pois a produtividade aumenta e o trabalhador conseguirá mais tempo para outras atividades”, diz.
NEGOCIAÇÃO – Ontem, o ministro do Trabalho e sua comitiva, acompanhado do senador Eduardo Suplicy e presidentes dos sindicatos dos metalúrgicos de outras cidades, visitaram os CSEs (Comitês Sindicais de Empresa) instalados na IGPE, em Diadema, e Mercedes-Benz, em São Bernardo.
Nos locais, Lupi conheceu o modelo de atuação das comissões nas empresas. “O modelo de diálogo e negociação adotado no Grande ABC é referência para o País, assim como as condições de trabalho e os salários”, afirma o parlamentar. O intuito é estudar os CSEs e encontrar a forma de criar sistemas semelhantes em todo o País.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, Sérgio Nobre, comenta que “a intenção é construir um grupo de trabalho para valorizar a negociação coletiva. O papel do ministério será estimular as boas práticas, pois nosso modelo de atuação pode servir de referência para categorias como comércio e bancário”.