Com sua articulação contrária à MP 665, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deixou de ser o vilão dos últimos tempos e teve alguns minutos de refresco ao ser ovacionado pelos manifestantes da Força Sindical, CSP e Conlutas que ocuparam as galerias do plenário do Senado. Quando substituiu o petista Jorge Viana (PT-AC) na presidência da sessão, foi festejado pela claque que gritava “Renan, Renan, Renan!”
Depois de arriarem as calças no plenário e atirarem notas falsas de dólar com retratos da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, desta vez os manifestantes despejaram esterco do lado de fora do Congresso durante a votação da medida que endureceu as regras do seguro-desemprego e do abono salarial.
Quando os manifestantes entraram, as máscaras da presidente Dilma Rousseff com chifres de capeta foram recolhidas pelos seguranças. Mas um dos seguranças disse que Renan mandou liberar as máscaras logo depois.
No momento mais inflamado dos embates, quando os petistas subiram à tribuna para discursar, os manifestantes vaiaram e gritaram palavras de ordem: “Fora PT” e “PT, vai se ferrar, sua hora vai chegar”. Embaixo, no plenário, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) fazia acenos para que se acalmassem. Renan então suspendeu a sessão, mas os manifestantes ficaram no plenário.
Depois da aprovação da MP, os manifestantes passaram a xingar os senadores governistas: — Vocês do PCdoB são sem vergonha!! E os do PT são ladrões — xingavam os manifestantes.
Quando Renan mandou retirá-los, saíram cantando: “Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”. Também fizeram uma paródia de “Pra não dizer que não falei das flores”, com letra de xingamentos: “Dilma vai embora que o Brasil não quer você, e leva o Lula junto e os vagabundos do PT…”.