A crise e a aposta errada do governo!

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“Manter a taxa básica de juros na estratosfera com o objetivo de controlar uma inflação que até agora tem se mostrado incontrolável, aumentar as tarifas públicas, reduzir direitos trabalhistas e sociais para gerar superávit primário, reduzir a renda e tornar caro o crédito, entre outros equívocos, foram apostas do governo que não deram certo, e que culminaram por colocar a economia brasileira “ladeira abaixo”.

Como resultado, aí está um processo crescente de desindustrialização, que, cada vez mais, coloca em risco a sobrevivência das empresas, causa a demissão de milhares de trabalhadores e uma consequente “queda livre” na produção e no consumo. Só de juros da dívida interna pagos pelo governo aos rentistas e aos grandes especuladores, foram gastos, de janeiro a maio deste ano, R$ 198,8 bilhões, equivalentes a 8,4% do PIB, e que representam uma despesa de R$ 1,3 bilhão por dia. Lembramos: só de juros…

Imaginem quanta coisa poderia ser feita se esse dinheiro fosse investido na Saúde, na Educação ou em outros setores, tão sucateados e abandonados à própria sorte.

A Força Sindical tem cobrado insistentemente do governo a implantação de políticas econômicas que não sejam paliativas, posturas específicas voltadas objetivamente ao reaquecimento da nossa economia, com investimentos profundos no parque industrial brasileiro, que melhorem a competitividade dos produtos nacionais frente aos importados , entre outras demandas. Acreditamos, ainda, que, se a taxa de juros não for reduzida, não conseguiremos colocar o País à frente, mas parece até que esse tema é “assunto proibido” em Brasília, e que causa calafrios a sua simples menção.

A grande verdade é que a atual política econômica do governo – que, frisamos, é totalmente equivocada – tem de ser revista e analisada sob outros ângulos, sob a pena de um agravamento da crise. Planejamento, incentivos e investimentos são fundamentais para que o Brasil retome o caminho do crescimento econômico e do emprego pleno. O que não dá é o governo continuar apostando errado!”.

Miguel Torres
Presidente da Força Sindical, Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e CNTM