Metalúrgicos de SP fazem paralisação por mínimo de R$ 580

Governo não abre mão de mínimo de R$ 545.

Trabalhadores também pedem correção da tabela do Imposto de Renda.


Do G1, com informações da Agência Estado

Metalúrgicos de 19 empresas de São Paulo fizeram, na manhã desta terça-feira (19), um protesto pelo aumento do salário mínimo para R$ 580 e pela correção da tabela do imposto de renda. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, as paralisações duraram entre uma e duas horas.


Metalúrgicos fazem protesto na Mooca, em São Paulo
(Foto: Helvio Homero/Agência Estado)

As manifestações foram concentradas na zona Leste da capital paulista e envolveram empresas como Lorenzetti, Fame, SPTF e Fanandri. Segundo o sindicato, estão sendo estudados novos protestos para as próximas semanas.

O governo deve enviar ao Congresso nos próximos dias um projeto de lei prevendo a política do salário mínimo e estipulando o valor do reajuste em R$ 545. O projeto deve tramitar em caráter de urgência.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que o governo não abre mão do valor de R$ 545. “Se o governo tivesse sobra de recursos, poderíamos até ponderar”, disse. Mantega afirmou que o governo quer manter a política de aumentos do mínimo que considera a inflação e o Produto Interno Bruto (PIB) dos dois últimos anos. Por causa do impacto da crise financeira em 2009 na economia brasileira, o valor proposto interrompe uma sequência de reajustes com aumento real.

As centrais querem aumento real e exigem R$ 580, valor que foge ao acordo assinado ainda no governo Lula.

Os sindicatos pedem ainda a correção da tabela do imposto de renda, que reduziria o imposto pago pelos trabalhadores. A correção da tabela, pelo acordo anterior fechado com os sindicatos, terminou no ano passado, com possibilidade de ajuste na declaração de 2011 – que começa a ser entregue no início de março.

Para este ano, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho afirmou que tendência é que a tabela do Imposto de Renda seja corrigida pelo centro da meta de inflação, ou seja, em 4,5%. As centrais sindicais, no entanto, exigem uma correção de 6,47% na tabela de Imposto de Renda neste ano – correspondentes à inflação, em 2010, medida pelo INPC, índice que também serve de base para o reajuste do salário mínimo.