Tucanos abandonam a defesa dos R$ 600

Aécio e Alckmin não chancelam bandeira de campanha de Serra

Senador e governador de SP, no entanto, falam em salário maior do que os R$ 545 propostos pelo governo federal


DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

Cotados para disputar a Presidência pelo PSDB em 2014, o senador Aécio Neves (MG) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não chancelaram o salário mínimo de R$ 600, prometido pelo candidato derrotado ao Palácio do Planalto na última eleição José Serra.

Os dois defenderam, no entanto, um reajuste maior do que os R$ 545 propostos pelo governo Dilma.

No Senado, Aécio disse ontem que o partido deverá bancar o valor de R$ 600 “até quando for possível”, e que deve estudar outras alternativas para o impasse.

“O PSDB tem compromisso com o salário de R$ 600. Mas o realismo da política nos orienta a ter alternativas. Vamos ficar com os R$ 600 até quando possível”, afirmou o senador, após receber representantes das centrais sindicais no Congresso.

Em São Paulo, Alckmin nem sequer falou na cifra. Disse apenas que um valor acima de R$ 545 “seria bom”.

Ele evitou criticar o governo e preferiu não defender nenhum patamar. “O problema é o impacto na Previdência Social”, disse.

Questionado se o valor proposto por Serra era factível, afirmou: “É preciso avaliar, mas eu acho que poderia ser maior [que R$ 545] considerando a questão da inflação de alimentos”.

O DEM, parceiro do PSDB na eleição, já desistiu da cifra. Defendeu R$ 560.

Aécio ratificou o valor. “A base do governo é sólida, mas os R$ 560 trazem aliança com outras propostas.”

“Tivemos o compromisso de que, se os R$ 600 forem derrotados, eles vão, no mínimo, para os R$ 560”, afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.