Ao lado de representantes das seis centrais sindicais e de entidades patronais, sindicalista Miguel Torres entrega documento Compromisso pelo Desenvolvimento à presidente Dilma Rousseff; reunião no Palácio do Planalto, na tarde desta terça-feira, 15, se deu em meio à agudização da crise política. “Nós conseguimos, entre trabalhadores e empresários, um consenso mínimo para apresentarmos uma proposta conjunta pelo desenvolvimento à presidente”, disse o presidente da Força Sindical ao BR2. “Da crise política outras pessoas estão cuidando. Nosso assunto é a recuperação do emprego e o crescimento da economia. Não podemos deixar que 2016 venha a ser um ano perdido”, completou. Boa notícia: Dilma chamou novo encontro para a sexta-feira 18, às 10h, no Palácio do Planalto; Economia do Brasil pode voltar a andar para a frente – Trabalhadores e empresários abrem janela de oportunidade para presidente Dilma Rousseff em dia de caos político. Em reunião no Palácio do Planalto, nesta terça-feira 15, às 15h30, centrais sindicais e entidades patronais entregaram à presidente o documento consensual Compromisso pelo Desenvolvimento, com propostas para a retomada do desenvolvimento econômico em 2016 . A respeito dessa proposta, BR2 ouviu o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, que foi um dos líderes da articulação do Compromisso pelo Desenvolvimento. Acompanhe: BR: Em meio a um dia de tanta efervescência política., o Compromisso pelo Desenvolvimento pode vingar? MIGUEL TORRES: Sim, pode vingar sim. Como representantes dos trabalhadores, nós estamos fazendo a nossa parte em propor saídas para a estagnação econômica. Atraímos para essa proposta entidades empresariais comprometidas com o desenvolvimento. Chegamos a um consenso mínimo, com as propostas reunidas no nosso Compromisso pelo Desenvolvimento. Ele representa a nossa alternativa à perspectiva de perda também do ano de 2016. Não aceitamos essa projeção. É possível mudar isso, tanto que trabalhadores e empresários estão convencidos de que essa possibilidade existe. Falta o governo entender. BR: Mesmo com a crise política, dá para levar o Compromisso adiante? MIGUEL TORRES: Há muitas pessoas, de todos os partidos políticos, há muita atenção sendo dada à crise política. Ela pode ser resolvida, toda essa gente está nisso. Da nossa parte, a preocupação é com a recuperação do emprego, com o resgate do crescimento econômico, que foi perdido, com a melhora das expectativas para 2016. Esse é o nosso assunto e o nosso foco: a economia e seu resgate o quanto antes. O Brasil não pode seguir ceifando empregos e matando a atividade econômica como aconteceu neste ano. Queremos superar essa etapa o mais rápido possível e voltar aos trilhos do crescimento. BR: Como foi a reunião com a presidente Dilma? MIGUEL TORRES: A presidente foi atenciosa. O ponto positivo foi o de ela ter chamado nova reunião conosco – repito, todas as centrais sindicais e as entidades patronais que compartilham dessa proposta – já para a próxima sexta-feira, outra vez no Palácio do Planalto. Isso mostra que ela irá considerar nossas sugestões. BR: E o ponto negativo, qual foi? MIGUEL TORRES: A presidente bateu na tecla de que precisa da aprovação da CPMF. Não estamos de acordo. Antes de impor mais esse tributo, o governo deveria estabelecer, finalmente, o imposto sobre grandes fortunas. Não há sentido em fazer o povo pagar pela crise quando os ricos ficam protegidos dessa mesma crise. BR: O que contém o Compromisso pelo Desenvolvimento? MIGUEL TORRES: Há um consenso mínimo entre trabalhadores e empresários, nesse momento, a favor da reativação de setores econômicos que têm grande potencial de emprego e de ativação de outras áreas. Achamos que os investimentos públicos precisam voltar a acontecer nas áreas da construção civil, que emprega milhares de trabalhadores, no setor de óleo e gás, que movimenta muitas outras áreas da economia, e no setor de infraestrutura, que abre gargalos no desenvolvimento. As propostas foram formuladas em diferentes reuniões a partir das centrais sindicais. Os empresários entenderam a importância e colaboraram com a proposta. A bola está no campo do governo. O que queremos é não deixar que 2016 seja igual a 2015, onde perdemos milhares de empregos e o País andou para trás. Precisamos seguir em frente.