Por Agência Estado
O dirigente da Força Sindical Miguel Torres confirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que foi procurado pelo governo federal para falar sobre uma possível participação do novo “Conselhão” – iniciativa que nasceu no governo Lula e que o governo Dilma pretende ressuscitar de formar um grupo de empresários e líderes da sociedade civil com a missão de ajudar a equipe econômica a encontrar soluções para a crise.
Torres relata ter sido procurado pela equipe do ministro Jaques Wagner em dezembro. Ele diz que não conseguiu falar com o ministro diretamente, mas que respondeu à equipe da Casa Civil que estaria “à disposição para tentar achar saídas para o Brasil”. “Ficou claro na conversa que não era um pedido de apoio ao governo, mas de colaboração”, disse Torres.
No entanto, Torres foi chamado enquanto exercia o cargo de presidente interino da Força Sindical. Na terça-feira, 12, o presidente efetivo da central, deputado Paulinho da Força (SD-SP), reassumiu o posto – em um movimento que surpreendeu a direção da entidade. Ao contrário de Torres, que tem uma postura contra o impeachment, Paulinho é aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e uma das vozes mais ativas pela derrubada de Dilma no Congresso Nacional.
“Não sei se me convidaram como presidente da Força, mas se me convidaram como sindicalista, continuo à disposição”, afirmou Torres.
Contatado pela reportagem, Paulinho disse que sabia do convite a Miguel Torres, mas que, se o convite for estendido a ele, não aceitaria. “Eu não daria conselhos para Dilma porque ela não ouve, seria uma enganação. Mas o governo pode convidar quem quiser e o Miguel pode participar se achar que pode dar algum conselho para o governo”, afirmou. Paulinho chegou a participar do “Conselhão” no governo Lula, mas disse não ter visto resultados da iniciativa na época e não ver possibilidade de gerar efeitos no cenário atual.