O Estado de S. Paulo
A General Motors adiou, ao menos por um mês, seu plano e demitir 1,5 mil trabalhadores da fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista. O pessoal que seria dispensado está num grupo de 2.250 funcionários que estão em lay-off (com contratos suspensos) e deveria retornar à fábrica na próxima semana.
A alegação da empresa era de que não há trabalho para todo esse grupo, pois a fábrica opera com ociosidade.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, a GM decidiu retomar na segunda-feira o segundo turno de trabalho na unidade – suspenso desde outubro – e está convocando mil funcionários.
Os outros permanecerão em lay-off por mais um mês, período em que empresa e sindicato avaliarão medidas para evitar os cortes.
Inicialmente, a empresa pretendia convocar 300 a 400 trabalhadores para operar parcialmente o segundo turno.
“Vamos tentar durante o mês negociar medidas para evitar o maior número possível de demissões”, disse Silva. No fim de janeiro, a montadora demitiu 517 operários da fábrica de São José dos Campos (SP) após o fim do programa de lay-off.
Em nota, a GM confirmou ontem que parte dos empregados do complexo de São Caetano que estava em lay-off retornará ao trabalho na segunda-eira, e outra parte terá o período do programa estendido por mais 30 dias, mas não divulgou números. “A medida visa a ajustar a produção à demanda do mercado brasileiro”, disse a empresa.
Novo compacto – a Fábrica do ABC emprega cerca de 9,8 mil trabalhadores, incluindo pessoal administrativo, informou o sindicato. A unidade produz os modelos Cobalt, Montana, Spin e Cruze, mas este último terá a produção transferida para a Argentina nos próximos meses.
De acordo com Silva, um novo compacto será produzido na unidade no lugar do Cruze, mas não há detalhes sobre o projeto. Uma hipótese é que seja o substituto do Celta ou do Corsa, ambos já fora de linha.
No primeiro bimestre, as vendas da GM caíram 34,8% em relação ao mesmo período de 2015, somando 48,8 mil unidades. Ainda assim, a marca ocupa a liderança em vendas no País, à frente da Fiat, que está em segundo lugar na lista, com 44,5 mil unidades vendidas, 47,9% a menos em relação aos dois primeiros meses do ano passado.
O mercado total de automóveis e comerciais leves caiu 31% no bimestre, para 291, 7 mil unidades. Incluindo caminhões e ônibus, a queda é de 31,3%, com 302 mil veículos comercializados no período, o mais baixo volume desde 2007.