40h e eleições: prioridades sindicais para 2010


O movimento sindical brasileiro terá duas datas importantíssimas em sua agenda neste ano.

Nos dias 2 e 3 de fevereiro, cerca de 300 dirigentes das centrais sindicais Força Sindical, CUT, CTB, CGTB, UGT e NCST estarão na abertura dos trabalhos do Congresso Nacional para pressionar os parlamentares a colocar na pauta de votação a PEC da redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas.

E, no dia 1º de junho, será realizada a Conferência Nacional dos Trabalhadores, na qual será apresentado um documento sobre o País que os trabalhadores querem e que tipo de desenvolvimento reivindicam. O documento será entregue aos candidatos à presidência da República.

Iugo Koyama

Paulinho, presidente da Força Sindical

A PEC (Proposta de Emenda a Constituição) 231/95, que reduz a jornada de 44h para 40h semanais, está pronta para ser votada no plenário da Câmara dos Deputados, mas até agora não foi incluída na pauta de votação, apesar das mobilizações dos trabalhadores. “Queremos que a proposta seja votada ainda neste primeiro semestre”, declarou Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical.

Artur Henrique, presidente da CUT, considera importante lutar pela inclusão das 40 horas na pauta de votação da Câmara, ao mesmo tempo em que sindicatos, federações e confederações organizam mobilizações nas bases.

As confederações dos metalúrgicos da Força Sindical (CNTM) e da CUT (CNM) também terão estratégias para negociar com os patrões acordos de jornada de 40h semanais, segundo Clementino Vieira, presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos).

Iugo Koyama

Miguel Torres, presidente do Sindicato e vice da Força Sindical

Em São Paulo, a categoria já está realizando mobilizações nas fábricas reivindicando as 40 horas, informou Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.

“Vamos buscar negociações coletivas fora das datas-base, e se não houver negociações faremos greves”, disse João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical.  

Eleições

Para Wagner Gomes, presidente da CTB, o documento a ser desenvolvido pelas centrais será focado na valorização do trabalho e na distribuição de renda. “É importante a participação dos trabalhadores no debate do documento”, disse Carlos Alberto Pereira, da CGTB, ao justificar o envio do documento para debate nos estados antes de ser apresentado na Conferência Nacional.

“Vamos substituir a Marcha da Classe Trabalhadora que fazemos todos os anos para Brasília pela Conferência”, explicou Francisco Canindé Pegado, da UGT. Já Luis Antonio Festino, da NCST, observou que esta ação só será possível com a unidade das centrais sindicais.

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