Nove em cada dez empresas da construção civil sofrem com a falta de trabalhadores qualificados no setor, aponta um estudo divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Pela pesquisa, 89% das construtoras têm dificuldades por causa do déficit de mão de obra qualificada e, assim, não conseguem aumentar a produtividade, melhorar a qualidade dos serviços prestados e cumprir prazos. O maior problema é a contratação de trabalhadores para canteiro de obras, como pedreiro e servente.
“Isso tem atrapalhado os prazos, a qualidade e o aumento da produtividade. A contratação de profissionais sem qualificação faz com que a execução do trabalho seja mais lenta e exige um número maior de pessoas fazendo a mesma coisa”, conta o gerente de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.
O economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Luis Fernando Mendes, acrescenta que a falta de profissionais qualificados no setor está relacionada ao “boom da construção” verificado, principalmente, a partir de 2004.
A Sondagem Especial da Construção Civil, produzida pela CNI, ouviu 385 empresas que empregam mais de 20 pessoas.
Considerando só as empresas afetadas pela falta de qualificação profissional, 61% das construtoras ouvidas disseram que o problema afeta o aumento da produtividade. Já 59% delas relatam dificuldades de melhorar a qualidade dos serviços prestados e 57% queixam-se da dificuldade para cumprir prazos.
A maioria das empresas pesquisadas (91% do total) acredita ser necessário investir em qualificação para reverter o quadro. Porém, 56% das construtoras temem gastar dinheiro com capacitação devido à alta rotatividade dos trabalhadores.