Trabalhadores farão uma sardinhada em frente ao Sinduscon, o sindicato dos patrões
Milhares de trabalhadores da construção civil de São Paulo entraram em greve ontem, dia 23, por tempo indeterminado, e realizaram passeata para pressionar os patrões a conceder reajuste digno. A paralisação contou com apoio de sindicalistas da Força Sindical, como metalúrgicos e costureiras, que ajudaram a parar os canteiros de obras espalhados nas regiões Norte, Sul, Leste e Oeste.
“O operário da construção civil passa o ano inteiro trabalhando nos canteiros de obras em condições penosas, e agora exige respeito. Reivindicamos reajuste digno e não aceitaremos nada abaixo disto”, declara Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sinduscon-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo).
“O reajuste que os trabalhadores da construção civil conseguirem deverá servir de parâmetro para outras categorias que também vão negociar em 2016”, disse Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical, na passeata e na concentração realizada pela categoria entre a avenida Paulista e a rua da Consolação.
Paulinho parabenizou os trabalhadores, que tiveram a coragem de entrar em greve em plena crise econômica. “O reajuste salarial é necessário. Com aumento no salário, compramos mais, as lojas vendem mais, as indústrias fabricam mais e mais empregos são gerados. Só desta forma sairemos da crise”, destacou.
João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical, enfatizou a necessidade da união na luta para que tenhamos atendida a reivindicação de reajuste salarial. Ele citou como exemplos de conquistas, à base de muitas lutas, a carteira profissional e o 13º salário.
A mobilização começou de madrugada. Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, enviou toda a sua diretoria para ajudar a construção civil. Miguel acompanhou Ramalho por vários canteiros para parar os operários desde as 5 horas. Representantes da categoria do Interior, como Sergio Melhado, da Construção de Araraquara, também participaram da mobilização.