Agora, montadora terá 1.800 em parada remunerada em S. Bernardo.
Empresa também abrirá novo Programa de Demissão Voluntária.
A Mercedes-Benz vai ampliar o número de trabalhadores em licença remunerada na fábrica de caminhões e ônibus em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Com a inclusão de um novo grupo nesta segunda-feira (30), a montadora passará a ter 1.800 funcionários afastados por tempo indeterminado.
A crise nas vendas de veículos comerciais, como são chamados os caminhões e ônibus, também é citada pela empresa como razão para a abertura de um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV), a partir da próxima quarta-feira (1º). A Mercedes diz não ter uma meta de adesões, mas afirma que possui um excedente de 2 mil trabalhadores na unidade.
Fim do PPE
Além disso, termina nesta terça (31) o período de 9 meses de jornada e salários reduzidos para os cerca de 8 mil funcionários da montadora que aderiram ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), lançado pelo governo federal no ano passado.
O acordo era de redução de 20% da jornada de trabalho por 9 meses, com redução de 10% dos salários para todos os trabalhadores da fábrica – outros 10% foram financiados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Segundo a Mercedes, não há discussão sobre renovação da medida, mas a empresa ressalta que o programa ainda prevê mais 3 meses de estabilidade aos empregados que participam dele.
A Mercedes foi a primeira fabricante de veículos a aderir ao PPE, decisão tomada em agosto passado. O programa foi criado em julho de 2015 para evitar demissões em massa na indústria automobilística, que vive baixa nas vendas desde 2013.
Na época, a montadora alemã havia anunciado a demissão de 1.500 funcionários em São Bernardo e, com a adesão ao PPE, voltou atrás na decisão. A medida não envolveu os trabalhadores da montadora em Juiz de Fora (MG).
Além das fábricas de veículos pesados, a fabricante alemã retomou recentemente a produção de carros no Brasil, com a inauguração de uma nova unidade, em Iracemápolis (SP).
Crise aguda
O recuo nas vendas de caminhões e ônibus é mais acentuado do que em carros. No acumulado do ano, até abril último, os emplacamentos desses veículos caíram 31% e 46,3%, respectivamente, na comparação com o mesmo período de 2015.
No último dia 20, trabalhadores da Volvo encerraram uma greve no Paraná após negociarem com a montadora de caminhões a manutenção de empregos até dezembro. A empresa havia anunciado que iria demitir 400 funcionários.