Metalúrgicos e empresários aceleram mobilização por plano de renovação de frota automotiva

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miguelrenova-700x390Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo reúne ativistas e empresários em compromisso por plano de renovação de frota automotiva; “É a melhor proposta para a reativação de um amplo setor produtivo e a criação imediata de milhares de empregos”, sustentou sindicalista Miguel Torres; “Com mais demanda, sem dúvida minha empresa voltaria a contratar”, disse ao BR: empresário Humberto Santos, da auto-peças Büttner, de São Paulo; presidente interino Michel Temer é sensível à medida, mas diz que só vai antendê-la se houve pressão da sociedade

Trabalhadores e empresários ampliaram na manhã desta segunda-feira 13 a convergência sobre um plano nacional de renovação de frota automotiva. Em reunião na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, sindicalistas, donos de empresas do setor de auto-peças e representantes do Sindpeças firmaram um compromisso de pressão sobre o governo federal para adoção de medidas que incentivem a troca de automóveis, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas usadas por novas. Essa troca incentivada por subsídios federais ocorre nos países economicamente mais avançados do mundo, como Alemanha, Japão, Coréia e China, e é responsável pelo funcionamento contínuo, a pleno emprego, do setor automobilístico.

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“O presidente Michel Temer aceita a ideia de adotar um plano de renovação de frota, mas quer que essa pressão da venha da sociedade”, disse o sindicalista Miguel Torres, presidente do Sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. “A presença de empresários aqui, hoje, e outros encontros sobre esse tema, é fundamental para sensibilizar o governo. A renovação da frota será o primeiro passo para tirar o Brasil da crise”.

Ao BR:, o empresário Humberto Santos, da auto-peças Büttner, defende o plano com entusiasmo. “A cadeia produtiva em torno do carro, do ônibus, do caminhão e do trator é muito grande”, lembrou ele. “Qualquer incentivo sobre ele terá uma resposta imediata muito grande, especialmente na volta das encomendas das grandes montadoras para as empresas pequenas e médias de auto-peças, como na recuperação do emprego, que só vai acontecer à medida em que as compras voltarem a ocorrer”, explicou ele.

empresariosPara o empresário Fabrizio Giovannini, titular da Torcomp, que faz peças de usinagem para caminhões, motos e tratores, um plano de renovação de frota bem executado poderia representar, na prática, a reabertura de uma fábrica que ele teve de fechar no Paraná. “Pederam-se 160 empregos com esse fechamento”, lamentou ele, que agora opera apenas com uma unidade em São Paulo.

“A renovação de frota tem de ser feita com incentivo à compra da produção de peças nacionais, e não importadas”, ressalva ele. “É assim nos países em que isso acontece há décadas com muito sucesso, como é o caso do Japão, da Coréia, da China e da Alemanha”.

O sindicalista Miguel Torres pretende realizar novos encontros pelo país para detalhar os moldes do plano de renovação de frota e levá-lo, em comitiva, ao governo. “Uma medida pontual como a renovação de frota pode trazer imediatamente o consumidor de volta ao carro zero quilômetros, fazer com as empresas renovem suas frotas de ônubis de caminhões e acelerar a revolução no campo que, neste momento, está parada no Brasil”, acentuou ele. “Pelo caminho do diálogo e da luta, vamos sensibilizar o governo para este tema que significa a sobrevivência e o relance de nada menos do que um terço da economia nacional. O governo tem de acordar para a necessidade de incentivar a renovação da frota nacional de veículos de todos os tipos”.