Criação de empregos cresce mais entre jovens

Oferta de vagas aumentou 19% para faixa etária de 16 e 17 anos em 2010

No ano passado, Brasil teve recorde na criação de empregos formais, com 2,86 milhões de postos de trabalho

ANA CAROLINA OLIVEIRA

DE BRASÍLIA

Jovens entre 16 e 17 anos foram os mais beneficiados pelo aumento da oferta de empregos no mercado formal no ano passado, de acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O número de postos de trabalho ocupados por pessoas nessa faixa etária cresceu 19%, segundo os números da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), um banco de dados alimentado com informações de empresas e outros empregadores.
A economia brasileira gerou 2,86 milhões de empregos no mercado formal no ano passado, um recorde que elevou em 6,94% a oferta de vagas com registro.
Embora a oferta para os mais jovens tenha crescido mais do que para outros estratos da população, a maioria preferiu continuar estudando a entrar no mercado de trabalho.
Como a Folha mostrou na segunda-feira, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que consideram também o mercado informal, revelam que 18,9% dos que têm de 15 a 17 anos das seis maiores regiões metropolitanas do país procuraram ou conseguiram emprego no ano passado.
Os outros jovens preferiram continuar a investir em sua formação.
A participação do grupo no mercado de trabalho teve uma forte redução nos últimos anos. Em 2003, 26% das pessoas nessa faixa etária estavam ocupadas ou buscavam colocação.
A oferta de empregos também foi grande no grupo acima de 65 anos, com expansão de 12,77%. Já para os que têm entre 50 e 64 anos, o crescimento foi de 10,28%.

FORMALIDADE
Ambos os resultados foram melhores que os de 2009, quando a alta também superou a média do país.
Para o ministro Carlos Lupi (Trabalho), os dois principais fatores que auxiliaram no crescimento de postos de trabalho para as pessoas com mais de 50 anos foram a necessidade de auxiliar no orçamento familiar e a demanda das empresas por mão de obra especializada.
A Rais revelou ainda que o total de trabalhadores formais no Brasil chegou a 44 milhões. Considerando aposentados e pensionistas, o número é de 66,7 milhões.
Em 2010, o total de mulheres que ingressaram no mercado de trabalho foi maior que o de homens, como em 2009. O emprego feminino também teve crescimento maior -7,28%, ante 6,7% para os homens. No entanto, elas ainda ganham menos e são minoria: 18,3 milhões de trabalhadoras, ante 25,7 milhões de empregados.